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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Lindo e Triste Brasil - Toquinho



Lindo e Triste 
Brasil - Toquinho

Sou nascido aqui nesse país.
Tão gigante, tão franzino,
Seu destino ao deus-dará.

Tempos Modernos - Jota Quest (Composição: Lulu Santos)



Tempos Modernos

Jota Quest

Composição: Lulu Santos
Eu vejo a vida melhor no futuro
Eu vejo isso por cima de um muro
De hipocrisia que insiste em nos rodear
Eu vejo a vida mais clara e farta
Repleta de toda a satisfação
Que se tem direito do firmamento ao chão

Inabalavelmente - Charlie Brown Jr





Inabalavelmente

Inabalavelmente eu sigo em frente!
Inabalavelmente eu sigo em frente!
Reciclando o lixo de tudo de errado
Que a humanidade fez
Reciclar o lixo, veja tudo de errado
Que a humanidade já fez!

Fátima - Capital Inicial



Fátima

Capital Inicial

Vocês esperam uma intervenção divina
Mas não sabem que o tempo agora está contra vocês
Vocês se perdem no meio de tanto medo
De não conseguir dinheiro pra comprar sem se vender
E vocês armam seus esquemas ilusórios
Continuam só fingindo que o mundo ninguém fez
Mas acontece que tudo tem começo
Se começa um dia acaba, eu tenho pena de vocês

Que país é esse? - Legião Urbana


Que País É Esse?

Legião Urbana

Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

O gigante acordou - Mc Daleste



O Gigante Acordou - Mc Daleste


Que pais é esse que tem vários interesses
Mesmo me sufocando com impostos
Não vou desistir
Deixei de última hora
Mas minha hora é agora

sexta-feira, 26 de julho de 2013

PROVA BRASIL - TÓPICO VI – VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Este tópico refere-se às inúmeras manifestações e possibilidades da fala. No
domínio do lar, as pessoas exercem papéis sociais de pai, mãe, filho, avó, tio. Quando
observamos um diálogo entre mãe e filho, por exemplo, verificamos características
linguísticas que marcam ambos os papéis. As diferenças mais marcantes são
inter geracionais (geração mais velha/geração mais nova).

O estudo da variação linguística é, também, essencial para a conscientização
linguística do aluno, permitindo que ele construa uma postura não-preconceituosa em
relação a usos linguísticos distintos dos seus.

É muito importante mostrarmos ao aluno as razões dos diferentes usos, quando
é utilizada a linguagem formal, a informal, a técnica ou as linguagens relacionadas aos
falantes, como por exemplo, a linguagem dos adolescentes, das pessoas mais velhas.

É necessário transmitirmos ao aluno a noção do valor social que é atribuído a
essas variações, sem, no entanto, permitir que ele desvalorize sua realidade ou a de
outrem. Essa discussão é fundamental nesse contexto.

TÓPICO V – RELAÇÃO ENTRE RECURSOS EXPRESSIVOS E EFEITOS DE SENTIDO

O uso de recursos expressivos possibilita uma leitura para além dos elementos
superficiais do texto e auxilia o leitor na construção de novos significados. Nesse sentido,
o conhecimento de diferentes gêneros textuais proporciona ao leitor o desenvolvimento de
estratégias de antecipação de informações que o levam à construção de significados.

Em diferentes gêneros textuais, tais como a propaganda, por exemplo, os
recursos expressivos são largamente utilizados, como caixa alta, negrito, itálico, etc. Os
poemas também se valem desses recursos, exigindo atenção redobrada e sensibilidade
do leitor para perceber os efeitos de sentido subjacentes ao texto.

Vale destacarmos que os sinais de pontuação, como reticências, exclamação,
interrogação, etc., e outros mecanismos de notação, como o itálico, o negrito, a caixa alta
e o tamanho da fonte podem expressar sentidos variados. O ponto de exclamação, por
exemplo, nem sempre expressa surpresa. Faz-se necessário, portanto, que o leitor, ao
explorar o texto, perceba como esses elementos constroem a significação, na situação
comunicativa em que se apresentam.

PROVA BRASIL - TÓPICO IV – COERÊNCIA E COESÃO NO PROCESSAMENTO DO TEXTO

O Tópico IV trata dos elementos que constituem a textualidade, ou seja, aqueles
elementos que constroem a articulação entre as diversas partes de um texto: a coerência
e a coesão. Considerando que a coerência é a lógica entre as idéias expostas no texto,
para que exista coerência é necessário que a idéia apresentada se relacione ao todo
textual dentro de uma seqüência e progressão de idéias.

Para que as idéias estejam bem relacionadas, também é preciso que estejam
bem interligadas, bem “unidas” por meio de conectivos adequados, ou seja, com
vocábulos que têm a finalidade de ligar palavras, locuções, orações e períodos. Dessa
forma, as peças que interligam o texto, como pronomes, conjunções e preposições,
promovendo o sentido entre as idéias são chamadas coesão textual. Enfatizamos, nesta
série, apenas os pronomes como elementos coesivos. Assim, definiríamos coesão como
a organização entre os elementos que articulam as idéias de um texto.

As habilidades a serem desenvolvidas pelos descritores que compõem este
tópico exigem que o leitor compreenda o texto não como um simples agrupamento de
frases justapostas, mas como um conjunto harmonioso em que há laços, interligações,
relações entre suas partes.

PROVA BRASIL - TÓPICO III – RELAÇÃO ENTRE TEXTOS

Este tópico requer que o aluno assuma uma atitude crítica e reflexiva ao
reconhecer as diferentes idéias apresentadas sobre o mesmo tema em um único texto ou
em textos diferentes. O tema se traduz em proposições que se cruzam no interior dos
textos lidos ou naquelas encontradas em textos diferentes, mas que apresentam a mesma
ideia, assim, o aluno pode ter maior compreensão das intenções de quem escreve, sendo
capaz de identificar posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo
fato ou tema.

As atividades que envolvem a relação entre textos são essenciais para que o
aluno construa a habilidade de analisar o modo de tratamento do tema dado pelo autor e
as condições de produção, recepção e circulação dos textos.
Essas atividades podem envolver a comparação de textos de diversos gêneros,
como os produzidos pelos alunos, os textos extraídos da Internet, de jornais, revistas,
livros e textos publicitários, entre outros.

D20 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de
textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que eles
foram produzidos e daquelas em que serão recebidos.

PROVA BRASIL - TÓPICO II – IMPLICAÇÕES DO SUPORTE, DO GÊNERO E/ OU ENUNCIADOR NA COMPREENSÃO DO TEXTO


Este tópico requer dos alunos duas competências básicas, a saber: a
interpretação de textos que conjugam duas linguagens – a verbal e a não-verbal – e o
reconhecimento da finalidade do texto por meio da identificação dos diferentes gêneros
textuais.
Para o desenvolvimento dessas competências, tanto o texto escrito quanto as
imagens que o acompanham são importantes, na medida em que propiciam ao leitor
relacionar informações e se engajar em diferentes atividades de construção de
significados.

D5 – Interpretar texto com o auxílio de material gráfico diverso (propagandas,
quadrinhos, fotos, etc.).

Por meio deste descritor pode-se avaliar a habilidade de o aluno reconhecer a
utilização de elementos gráficos (não-verbais) como apoio na construção do sentido e de
interpretar textos que utilizam linguagem verbal e não-verbal (textos multissemióticos).
Essa habilidade pode ser avaliada por meio de textos compostos por gráficos,
desenhos, fotos, tirinhas, charges. Por exemplo, é dado um texto não-verbal e pede-se ao
aluno que identifique os sentimentos dos personagens expressos pelo apoio da imagem,
ou dá-se um texto ilustrado e solicita-se o reconhecimento da relação entre a ilustração e
o texto.

Folha de São Paulo, 29/4/2004.

Matriz de Língua Portuguesa de 8ª série - PROVA BRASIL

Comentários sobre os Tópicos e Descritores
Exemplos de itens

TÓPICO I – PROCEDIMENTOS DE LEITURA
Os textos nem sempre apresentam uma linguagem literal. Deve haver, então, a
capacidade de reconhecer novos sentidos atribuídos às palavras dentro de uma produção
textual. Além disso, para a compreensão do que é conotativo e simbólico é preciso
identificar não apenas a idéia, mas também ler as entrelinhas, o que exige do leitor uma
interação com o seu conhecimento de mundo. A tarefa do leitor competente é, portanto,
apreender o sentido global do texto, utilizando recursos para a sua compreensão, de
forma autônoma.

É relevante ressaltar que, além de localizar informações explícitas, inferir
informações implícitas e identificar o tema de um texto, nesse tópico, deve-se também
distinguir os fatos apresentados da opinião formulada acerca desses fatos nos diversos
gêneros de texto. Reconhecer essa diferença é essencial para que o aluno possa tornarse
mais crítico, de modo a ser capaz de distinguir o que é um fato, um acontecimento, da
interpretação que é dada a esse fato pelo autor do texto.


"Não
posso  conformar
minha   vida   a   modelos,
nem jamais poderei constituir
um  modelo  para  quem  quer  que
seja;   mas   é   totalmente   certo   que
dirigirei   minha   vida   segundo    o  que 
sou,  aconteça  o que acontecer. Fazendo
isto,    não    defendo  nenhum   princípio,
mas   algo  de  mais  maravilhoso  -  algo
                        que  está  em  nós,  que  queima  com                        
                                  o fogo da vida."   
            (Andreas-Salomé, in Ferreira, 2000. p. 37)
Olá amigos,

Estou precisando das seguintes referências para ampliar minhas leituras, caso alguém tenha e queira disponibilizar o empréstimo, agradeço.

Um abraço,
Rosilda

Imagem Máquina: A era das tecnologias do Virtual - Edmond 
Couchot

O chip e o caleidoscópio: reflexões sobre as novas mídias - Edmond Couchot

Cultura da interface - Steven Johnson

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O Homem de Aço - Resenha

O Homem de AçoParece que nos dias de hoje não existe mesmo mais espaço para um filme de super-herói simples, calcado em certas sutilezas e engenhosidades, como foi oSuperman (1978) de Richard Donner. Nos Superhero-movies atuais, todo e qualquer personagem precisa ser carregado em dilemas, muitas vezes baseados em simbolismos e clichês baratos, enquanto duela – em meio a sequências explosivas e barulhentas – com um vilão corrompido pela sociedade. Até o clássico Superman, talvez o herói mais unidimensional de todos os tempos, ganha tons ambíguos nesse O Homem de Aço, dirigido por Zack Snyder e produzido por Christopher Nolan.
Não à toa a produção vêm dividindo opiniões. Se por uma lado parece ter agradado ao novo público que torce o nariz pela condição datada dos filmes anteriores, por outro, desagrada ao colocar boa parte da mitologia terráquea do alter-ego Clark Kent para escanteio. Curiosamente, uma das problemáticas abordadas em O Homem de Aço é a vontade que o protagonista têm de se sentir integrado com os humanos, mesmo que tenha que deixar uma tragédia acontecer para não ser notado. Entretanto, contradições se fazem presentes, pois o filme acaba sendo muito mais sobre a condição extraterrestre do Superman. Uma pena, visto que sempre o fator carismático e definidor-mor no cinema foram as fragilidades paradoxais de Clark Kent.

Turbo - Resenha

Entra em cartaz nesse fim de semana a animação Turbo, o mais novo projeto bancado pela Dream Works Animations. A produção que custou mais de $80 milhões vai ser lançada simultaneamente também nos EUA e vários outros países ao redor do mundo. Essa é uma estratégia cada vez mais comum, já que atualmente ouve uma inversão na importância dos mercados na arrecadação total de um filme. Antigamente o mercado americano era responsável por aproximadamente 60% da arrecadação total de um filme, na última década essa situação foi mudando e hoje se inverteu.
O filme é comandado pelo diretor “estreante” David Soren (O Espanta Tubarões, 2004), usei o termo em aspas pois ele tem experiências na direção dois curta metragens usando os personagens de Madagascar, então de certa forma essa é primeira experiência do Soren na direção. Para assegurar o sucesso financeiro do filme a Dream Works contratou um grande número de atores e personalidades para a dublagem original, são eles: Ryan Reynolds (Eu Queria Ter a Sua Vida), Samuel L. Jackson (Os Vingadores), Maya Rudolph (Missão Madrinha de Casamento), Michelle Rodriguez (Velozes e Furiosos 6), Paul Giamatti (Rock of Ages – O Filme), Richard Jenkins (Sem proteção), Michael Peña (O Poder e a Lei), Snoop Dogg (Morte Por Encomenda).

Wolverine - Resenha

Wolverine - Imortal Logo no começo do primeiro X-Men de Bryan Singer, ainda em 2000, havia uma sequência em que Wolverine e Vampira se metiam em uma briga de bar. Ao final, os dois pegavam a estrada, mas o road movie que poderia ter acontecido logo após aquelas cenas ficou latente, dando espaço à ficção científica dos mutantes.
Wolverine – Imortal (The Wolverine, 2013), que estreia nesta sexta (26), retoma esse espírito aventureiro e estradeiro daquela primeira cena. É um filme sem X-Men, sem uniformes coladinhos no corpo, sem naves supertecnológicas. Há uma modesta meia dúzia de mutantes com poderes discretos, isto é: telepatas e uma cientista venenosa. Ninguém atira raios com olhos ou voa… Já é bem diferente de X-Men Origens – Wolverine(2009), e isso, ufa, é um alívio.
Apesar da bomba que foi o filme anterior, Wolverine merecia uma segunda chance. Se nos quadrinhos o personagem já tinha lá seus atrativos, encarnado por Hugh Jackman se tornou charmoso e encantador. O Logan do ator é absolutamente icônico, digno de fazer par com o Superman de Christopher Reeve e com o Batman de Adam West. Da leva recente, só o Homem de Ferro de Robert Downey Jr. pode reivindicar esse patamar.

Guerra Mundial Z

  Outro filme de zumbi? Que pessoal mais sem criatividade. Talvez essa última afirmação seja mesmo verídica. Mas a recente – e problemática – produção Guerra Mundial Z têm um detalhe que faz toda a diferença: Brad Pitt (O Homem da MáfiaA Árvore da Vida). Quando elucidei evidentes problemas em torno da obra, não falava de seu resultado final, mas dos percalços em refilmarem boa parte da trama. O que gerou certo desgaste entre elenco, direção e estúdio, principalmente pelo custo final ter ficado bem acima do projetado. Creio que talvez a alcunha mais indicada para o objeto de resenha em questão, seja: “O novo filme de Brad Pitt.”, ou até mesmo, “O filme de Zumbi de Brad Pitt.” Perceberam quantas vezes escrevi o nome do marido de Angelina Jolie (Kung Fu Panda 2Salt) em menos de dez linhas? O ator, um boa-praça nato, de fato, sempre atraí os holofotes para suas investidas cinematográficas (muito também por ser eficiente e diversificar seus papéis). Mas Pitt têm uma característica que o difere de outras estrelas hollywoodianas: nunca faz seus personagens serem maiores que os filmes. Alguns verão como uma qualidade, outros um demérito.

Sobre Tipologia do Discurso - Eni Puccinelli Orlandi

Citações 

"...toda formação discursiva se caracteriza por sua relação com a formação ideológica... Essa afirmação traz no bojo a contrariedade da noção de sujeito... os processos discursivos não têm sua origem no sujeito."  [218]

"A distinção das duas espécies de contexto de situação - o imediato, ou de enunciação, e o amplo ou sócio-histórico, ideológico - está refletida nas diferentes formas com que se constituem as diversas tipologias."  [218]

"...ocorre, normalmente, é que todas as análises de discurso supõem uma tipologia.  Isto significa, a meu ver, duas coisas: a) que a tipologia é condição necessária da análise e b) que o tipo está inscrito nas condições de produção do discurso sob dois aspectos: enquanto modelo e enquanto atividade."  [219]

segunda-feira, 22 de julho de 2013


Leia o texto a seguir para resolver as questões.

O PEQUENO HERÓI DA HOLANDA


1.                 A Holanda é um país cuja maior parte do território fica abaixo do nível do mar. Enormes muralhas chamadas diques são o que impede o Mar do Norte de invadir a terra, inundando-a completamente. Há séculos o povo se esforça para manter as muralhas resistentes, a fim de que o país continue seco e em segurança. Até as crianças pequenas sabem que os diques precisam ser vigiados constantemente e que um buraco do tamanho de um dedo pode ser algo extremamente perigoso.
2.                 Há muitos anos, vivia na Holanda um menino chamado Peter. Seu pai era uma das pessoas responsáveis pelas comportas dos diques. Sua função era abri-las e fechá-las para que os navios pudessem sair dos canais em direção ao mar aberto.
3.                 Numa tarde do início do outono, quando Peter tinha oito anos, a mãe o chamou enquanto brincava:
4.                 – Venha cá, Peter. Vá levar esses bolinhos do outro lado do dique para o seu amigo cego. Se você andar ligeiro e não parar para brincar, vai chegar em casa antes de escurecer.
5.                 O menino gostou da tarefa e partiu feliz da vida. Ficou um bom tempo com o pobre cego, contando-lhe sobre o passeio da vinda e o sol e as flores e os navios lá no mar. De repente, lembrou-se da mãe dizendo para voltar antes de escurecer, despediu-se do amigo e tomou o rumo de casa.

Sobre Cultura - Terry Eagleton

Citações

"O que provavelmente leva Eagleton a ignorar essa desigualdade nas relações de poder é a excessiva importância política assumida pela cultura na atualidade. Ele salienta que os problemas básicos do novo milênio– como guerra, fome e poluição ambiental – não são absolutamente culturais, o que o leva a crer que “a cultura é mais o produto da política do que a política a serva obediente da cultura” (p. 91).

"Uma das palavras mais inflacionadas dos últimos tempos, “cultura” tornou-se um conceito que pode definir as mais diferentes e até contraditórias ideias. Partindo desse pressuposto, Terry Eagleton, em A ideia de cultura, procura não só classificar os diferentes usos do conceito, mas também mostrar que, apesar de seu uso indiscriminado, cultura é uma ideia extremamente importante para a interpretação do mundo atual, sempre salientando
sua relação com a política.

O Discurso da História para a Escola - Eni Puccinelli Orlandi

Citações


"...reflexão sobre enunciação: o falante, o enunciado e, através dele, a relação com o mundo, com o ouvinte... é o texto, não estatisticamente, mas como processo de significação em que também entram os elementos do contexto situacional."  [59]

"...o texto, não se define como uma soma de frases... mas é de outra natureza." [60]

"...todo falante quando diz algo o diz estabelecendo uma fisionomia para o discurso."  [61]

Música sempre... até no mercado.


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Funcionamento e Discurso - Eni Puccinelli Orlandi

Citações 

"...a linguagem, lugar de debate, de conflito."  [115]

"...a paráfrase e a polissemia são os dois grandes processos de linguagem: a matriz e a fonte do sentido, respectivamente. Processos esses que aparecem domesticados nos modelos linguísticos, enquanto sinonímia (paráfrase) e ambiguidade (polissemia)"  [116]

"...a análise de discurso, não é um nível diferente de análise, quando pensamos níveis como o fonético, o sintático, o semântico.  É, antes, um ponto de vista diferente."  [116]

"...a perspectiva discursiva também é constituída delas, também fornece dados."  [116]

"...texto e discurso se equivalem, entretanto em níveis conceptuais diferentes: discurso é conceito teórico e metodológico e texto é conceito analítico."  [116]

"...do ponto de vista analítico, na perspectiva da análise do discurso, o texto visto, pois, como unidade de significação, é o lugar mais adequado para se observar o fenômeno da linguagem.  Porque parto da totalidade e não das partes segmentadas, isto é, procedo analiticamente."  [116]

terça-feira, 16 de julho de 2013

A síndrome do "copia e cola" - Edgard Murano

                                

A dificuldade de identificar a autoria de textos e ideias em tempos de "Ctrl-c, Ctrl-v"

       Foram 13 anos até que o Superior Tribunal de Justiça concedesse ganho de causa à rede Globo num processo por plágio. 

A escritora de livros infantis Eliane Ganem alegava que a minissérie global Aquarela do Brasil, escrita por Lauro Cesar Muniz, usava um argumento seu, que ela diz ter submetido a outras emissoras na época. Muniz afirmou em sua defesa que o mote principal da série - o da personagem que se torna famosa - era uma ideia banal, que carecia de ineditismo.                                 

Sobre o amor – Ferreira Gullar

Houve uma época em que eu pensava que as pessoas deviam ter um gatilho na garganta: quando pronunciasse — eu te amo —, mentindo, o gatilho disparava e elas explodiam. Era uma defesa intolerante contra os levianos e que refletia sem dúvida uma enorme insegurança de seu inventor. Insegurança e inexperiência. Com o passar dos anos a ideia foi abandonada, a vida revelou-me sua complexidade, suas nuanças. Aprendi que não é tão fácil dizer eu te amo sem pelo menos achar que ama e, quando a pessoa mente, a outra percebe, e se não percebe é porque não quer perceber, isto é: quer acreditar na mentira. Claro, tem gente que quer ouvir essa expressão mesmo sabendo que é mentira. O mentiroso, nesses casos, não merece punição alguma.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A linguagem e seu funcionaento - Eni Puccinelli Orlandi

Citações

"Três tipos de discursos - discurso lúdico, discurso polêmico e discurso autoritário.  O discurso pedagógico (DP) se apresenta como um discurso autoritário."  [15]

"O referente e os participantes do discurso, o objeto do discurso e os interlocutores... há dois processos - o parafrástico e o polissêmico. A polissemia representa a tensão constante estabelecida pela relação homem/mundo... podemos caracterizar os três tipos de discursos da seguinte maneira: o discurso lúdico é aquele em que o seu objeto se mantém presente e os interlocutores se expõem a essa presença, resultando disso o que chamaríamos de polissemia aberta (o exagero é o non-sense). O discurso polêmico mantém a presença do seu objeto, os participantes não se expõem, mas ao contrário procuram dominar o seu referente... o que resulta na polissemia controlada. No discurso autoritário, o referente está ausente, oculto pelo dizer; não há realmente interlocutores, mas um agente exclusivo, o que resulta na polissemia contida (o exagero é a ordem... Esse discurso recusa outra forma de ser que não a linguagem." [15]

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Apostila

(...)
Verbalismo...
Sim, verbalismo...
Aproveitar o tempo!
Não ter um minuto que o exame de consciência desconheça...
Não ter um acto indefinido nem factício...

Não ter um movimento desconforme com propósitos...
Boas maneiras da alma...
Elegância de persistir...

Aproveitar o tempo!
Meu coração está cansado como mendigo verdadeiro.
Meu cérebro está pronto como um fardo posto ao canto.
Meu canto (verbalismo!) está tal como está e é triste.
Aproveitar o tempo!
Desde que comecei a escrever passaram cinco minutos.
Aproveitei-os ou não?
Se não sei se os aproveitei, que saberei de outros minutos?!

(Passageira que viajas tantas vezes no mesmo compartimento comigo
No comboio suburbano,
Chegaste a interessar-te por mim?
Aproveitei o tempo olhando para ti?
Qual foi o ritmo do nosso sossego no comboio andante?
Qual foi o entendimento que não chegámos a ter?
Qual foi a vida que houve nisto?
Que foi isto a vida?)

Tatuagem - Chico Buarque


Almas Perfumadas

Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro. 
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende a ver.Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis...

(ANA CLÁUDIA SALDANHA JÁCOMO)

quinta-feira, 11 de julho de 2013

5 a seco e Maria Gadu - Em Paz [oficial]


Trapo - Cristóvão Tezza

...O sistema dá o livre arbítrio, mas já sabe de antemão, tudo que vai fazer. Eterna luta contra Deus, em quem acredito. Atrás daquela face corrupta, sem qualquer grandeza, ou nobreza, ou ideal, consegui reconhecer um impulso de metafísica, um fiapo de sol cortando um lodo ressecado. Os poetas? e aqui incluo todos os sensíveis, os comovidos da terra? já nasceram derrotados, porque contra a brutalidade mais estúpida da vida, que é a maior parte de tudo, não há vitória possível. Acostumar-se à solidão e salvar-se nela, quando possível? eis um plano (neste instante) razoável. 

Andorinha - Luiz Vilela


… Ficar em casa domingo à tarde era cansativo e triste. Todo mundo saíra, e ele estava sozinho, ouvindo o relógio da copa bater as horas sonolentamente, e tudo parecia triste. E quando o galo cantava no terreiro, era tão triste que parecia que tinha morrido alguém … 
...Esquecera o domingo, a tristeza e o aborrecimento, e agora trepava cautelosamente o monte de lenha, o estilingue em punho, o coração batendo forte. Era sempre o que atrapalhava: o coração batendo forte. Queria acalmá-lo, e não tinha jeito, ia só piorando, batendo cada vez mais forte. Ficava ouvindo o pum-pum acabava errando: e via o pássaro se afastando para longe. Se o coração não batesse tanto, se ele não ficasse tão afobado, quanto passarinhos já não teria matado? Cada pássaro, um pique na forquilha. Que inveja não tinha da forquilha de Zé Santos: não tinha lugar para nem mais pique. A sua lisinha... 
Se ao Zé Santos lhe ensinasse a reza do urubu-sem-pena. Por isso que ele não errava uma pedrada... 
Não esperaria mais, que elas podiam voar. Havia seis pousadas agora, juntas. Apontaria numa: às vezes podia errar e acertar na outra perto. Colocou a pedra no couro. Fez pontaria. O coração começou a bater depressa, contou até dez, apontou, apontou, e deu a estilingada. No primeiro instante viu confundidos as pancadas de seu coração e o vôo assustado das andorinhas - e então gritou "acertei!" "acertei!" vendo uma andorinha despencando rente ao poste... 


                                           

quarta-feira, 10 de julho de 2013

ADVERTÊNCIAS



Proibido rezar , espirrar 

Cuspir, elogiar, ajoelhar-se 
Venerar, uivar, expectorar. 

Neste recinto está proibido dormir 
Inocular, falar, excomungar 
Harmonizar, fugir, interceptar. 

Estritamente proibido correr. 

Proibido fumar e fornicar. 

Nicanor Parra 

Antes do nome

Não me importa a palavra, esta corriqueira. 
Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe, 
os sítios escuros onde nasce o “de”, o “aliás”, 
o “o”, o “porém” e o “que”, esta incompreensível 
muleta que me apóia. 

O Morcego


Meia noite. Ao meu quarto me recolho. 
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vêde: 
Na bruta ardência orgânica da sede, 
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho. 
 
"Falaram-me em homens, em humanidade, 
Mas eu nunca vi homens nem humanidade. 
Vi vários homens assombrosamente diferentes entre si, 
Cada um separado do outro por um espaço sem homens." 
 

Mesmo que eu morra...

mesmo que eu morra 
dessa morte disforme 
o esquecimento 
não lamento 

viver ou morrer 
é o de menos 
a vida inteira 
pode ser 
qualquer momento 
ser feliz ou não 
questão de talento 

Manhã




Estou 
e num breve instante 
sinto tudo 
sinto-me tudo 
 
Deito-me no meu corpo 
e despeço-me de mim 
para me encontrar 
no próximo olhar 

Arte de amar


Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.