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domingo, 30 de junho de 2013

O que queremos e não queremos



Acordamos e estamos com tudo, se prepara Brasil. Somos a "geração coca-cola", somos muito mais do que consumistas, gastos desenfreados e redes sociais, estamos crescendo e criando nossa própria consciência política. Talvez ainda não saibamos ao certo ao que queremos, ou como fazer isso, mas sabemos o que este é o caminho. 

Não queremos PEC 37, não queremos lei do ato médico, não queremos cura pros gays. Queremos reformas políticas, tributárias, queremos escolher o que não queremos. Não somos mais aqueles pobres que aceitam tudo que viam na TV, temos voz e ela precisa ser ouvida, queiram ou não. 

Ainda com o gosto amargo da chuva misturada às lágrimas e tinta verde-amarela que tomava conta de nossos rostos e escorria, sentimos que parte de nosso dever foi cumprida, apesar do frio, da chuva, da falta de organização no protesto em Joinville, fomos lutar pelo que achamos certo.

Alunos: Amanda, Laís, Suyane, Stéfano

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Querido Mundo

- Alô, quem fala?
- Sou eu, o mundo.
- Mundo?
- Sim, aquele que aos poucos, vocês, seres humanos, estão destruindo com suas máquinas que soltam muita fumaça, com seus machados e moto serras que desmatam os filhos da mãe natureza, com seus testes em animais para fazer um novo creme para o rosto, com seu egoísmo com seus próprios irmãos, com sua mente pequena que não percebe que estão destruindo a própria casa, e o pior de tudo, tão ingênuos que não conseguem entender essa mensagem.
- Desculpe mundo, mas com o quem você gostaria de falar?

Aluna - Katharina L. G. da Silva

Porta de Colégio - Affonso Romano de Sant´Anna



          

        Passando pela porta de um colégio, me veio uma sensação nítida de que aquilo era a porta da própria vida. Banal, direis. Mas a sensação era tocante. Por isto, parei, como se precisasse ver melhor o que via e previa.
        Primeiro há uma diferença de clima entre aquele bando de adolescentes espalhados pela calçada, sentados sobre carros, em torno de carrocinhas de doces e refrigerantes, e aqueles que transitam pela rua.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Investida - Rosilda da Silva

Tu, que já foste o fogo
e hoje te dizes braseiro,
que dizes lançar encantos
e te juras feiticeiro,

se és assim tão luzente,
e és também tão poderoso,
por que não vives, de novo,
esse teu lado matreiro?
Que medo é esse?
Medo de ser amado?







quarta-feira, 26 de junho de 2013

Ao ladrão de sonhos - Rosilda da Silva


Saudade de ti, meu doce feiticeiro, 
de poucos cabelos e olhar de serpente.
Como vão teus dois ou mais travesseiros?
E teus tantos e quais pensamentos?
Como vais tu, que dormes faceiro,
enquanto, sem sono, te penso tão quente?

Ardil poeta da vida, por que foges de mim?
Quantas esquinas tem teu paraíso?
Quantas horas têm teus dias?
Quanto vazio tem tua vida?

terça-feira, 25 de junho de 2013

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. 
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. 
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. 
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. 
Deles não quero resposta, quero meu avesso. 
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que 'normalidade' é uma ilusão imbecil e estéril."


[Oscar Wilde]

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Perto até demais - Rosilda da Silva

Não me digas isso,
não fales assim tão sem cuidado,
que despertas em mim
um estranho ciúme.
Sim,
ciúme do teu travesseiro.

Ou, quem sabe, mais de um?

Ah... que ciúme deles!
Eles, sim, os teus travesseiros,
tão brancos e tão macios
e que tão perto de ti podem dormir,
perto até demais.

Tão perto, que chegam a sentir teu cheiro,
e chegam a perceber teus sonhos,
e chegam a não entender por que respiras tão fundo,
e por que sonhas se ainda não dormes,
e por que te apertas, te viras, te angustias,
se deitaste para relaxar.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Entre Memória e História - A problemática dos Lugares - Pierre Nora

Ideias Principais

Objeto do texto – Mostrar noções que unem a ideia de patrimônio como preservador da memória e dos espaços como veiculador da mesma, resultando daí a categoria “lugares de Memória”; que por sua vez, têm o espaço físico material como suporte para formar uma memória coletiva imaterial.

O fim da história-memória
Aceleração da história           construída pela morte do passado (desestabilização) indo ao encontro do calor das tradições, da vontade de patrimonializar.
SOCIEDADES-MEMÓRIA: Todas aquelas que asseguravam a conservação e a transmissão dos valores, como igreja, escola, família ou estado.
 BASE: IDEOLOGIAS-MEMÓRIA: Asseguravam a passagem regular do passado ao futuro e indicavam, a partir do passado, o que era preciso guardar para preparar o futuro.
SOCIEDADES-HISTÓRIA: Condenadas ao esquecimento porque são levadas pelas mudanças. A partir dos tempos modernos, homens se reconhecem portadores do direito, poder e mesmo do dever de mudança.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Análise do Filme Meia noite em Paris a partir das leituras de Candau, Hartog e Huyssen

                Woddy Allen é um diretor bastante conhecido por seus filmes que retratam o inusitado, assim como também o corriqueiro, mas através de um viés diferente. Este é o caso encontrado no filme Meia noite em Paris, no qual Allen apresenta um romance saturado entre Gil (Owen Wilson) e Inez (Rachel McAdams).  Que em uma viagem aparentemente romântica, passam algum tempo em Paris, juntamente com os pais da moça. Ele fica fascinado pela Cidade Luz, quer conhecer todos os seus mistérios; quer adentrar profundamente no conhecimento da produção artística local, quer viver a arte. Ela, em contrapartida, aproveita seu tempo de maneira diversa, deixando-se seduzir por um antigo namorado, que foi seu      ex-professor, e que também está na cidade. Sua sedução a princípio é pelo conhecimento que ele faz questão de demonstrar em um exibicionismo desmedido. Mais tarde, Inez envolve-se de maneira mais sedutora e relaciona-se sexualmente com seu ex-professor.
                Para alguns menos atentos, a trama não passa disto. Entretanto, outros elementos dão consistência à história evidenciando a familiaridade do diretor com o tema e com as estratégias usadas para trabalhar com o tempo ficcional, bem como com os simulacros apresentados.

A coisa

 Um indivíduo entra num comércio impróprio à ele , sem saber como explicar sua necessidade de adquirir o objeto, pergunta ao vendedor :
- Boa tarde, gostaria de comprar aquele negócio muito procurado pelos homens. 
- Não entendi sua exigência, o senhor poderia explicar melhor? 
- Eu e meu marido preferimos preto. 
- Me desculpe, ainda não compreendi. 
- Aquele duro, que precisa segurar e pressionar com força, para haver efeito 
– Diz o indivíduo com as mãos demonstrando em tal posição. O vendedor então se expressa: 
- Por favor, isso é um comércio de família, temos já à 4 gerações. 
- Não me leve a mal, mas é que eu necessito muito, o senhor não sabe mesmo ? É aquela coisa cabeçuda, comprida e grossa, que geralmente os homens usam pra bater, e dói , dói muito, quando entra em atrito corporal, uma vez quase chorei por esse motivo, e agora ele que vai sentir a dor, MUAHAHAHAHA! 

Giulia e Daniel 9º2 

O quê?

- Bom dia? 
- Bom dia. 
- O que o senhor deseja? 
- Aquilo o que? 
-Aquilo que bota no buraco, assim, sabe?
- Não, senhor eu não estou entendendo. 
- Mas o senhor não entende nada né ? 
- Não senhor, me explique de volta. 
- Ah de volta? 
- Sim senhor. 
- Ta, eu vou explicar. 
- Está bem senhor, vamos logo. 
- É aquele negócio, que pode ser de vários tamanhos dependendo da pessoa, ah e também é redondo. 
- Meu senhor eu ainda não estou entendendo.
- É aquele negócio que enfia no buraco da blusa ou da calça. 
- Ah sim! O senhor quer um botão? 
- Isso mesmo, desculpe pelo modo de falar mas é que eu tinha esquecido o nome do maldito botão.
- Haha, sim! Vai querer comprá-lo?
- Vou sim! 
- Então ficou tudo certo senhor?
 - Sim, da próxima vez eu trago escrito. 

Gabriel Duarte número: 06 9° ano 2

Andando na cidade - Michel Certeau

Ideias principais

“Do 110º andar do World Trade Center, ver Manhatan. Sob a bruma varrida pelo vento, a ilha urbana, mas no meio do mar, acorda os arranha-céus de Wall Street, abaixa-se em Greenwich, levanta de novo as cristas de Midtown, aquieta-se no Central Park e se encapela enfim para lá do Harlen.”

“Transforma-se numa texturologia em que os extremos coincidem, os extremos de ambição e da degradação, oposições brutais de raças e estilos, contrastes entre  os edifícios de ontem, já transformados em latas de lixo, e as irrupções urbanas de hoje que bloqueiam seu espaço. Ao contrário de Roma, Nova Iorque nunca aprendeu a arte de envelhecer exibindo todos os seus passados. Seu presente se inventa, hora a hora, no ato de deitar fora suas realizações prévias e desafiar o futuro. Uma cidade composta de lugares paroxísticos de relevos monumentais.”

Voyeurs ou Caminhantes

“Subir até o alto do World Trade Center é o mesmo que ser arrebatado até o domínio da cidade. O corpo não está mais enlaçado pelas ruas que o fazem rodar e girar segundo um a lei anônima; nem possuído, jogador ou jogado, pelo rumor de tantas diferenças e pelo nervosismo do tráfego novaiorquino. Aquele que sobe até lá no alto foge à massa que carrega e tritura em si mesma toda identidade de autores ou de espectadores. Ícaro, acima dessas águas, pode agora ignorar as astúcias de Dédalo em labirintos móveis e sem fim. Sua elevação o transfigura em voyeur. Coloca-o à distância. Muda num texto que se tem diante de si, sob os olhos, o mundo que enfeitiçava e pelo qual se estava “possuído”. Ela permite lê-lo, ser um Olho solar, um olhar divino. Exaltação de um impulso abrangente e gnóstica. Ser apenas este ponto que vê, eis a ficção do saber.

Do Indivíduo às retóricas holistas - Joël Candau

Conceitos Preliminares
Numa perspectiva antropológica, proponho a seguinte taxonomia das diferentes manifestações da memória:  (21)                                                                                                     
1.       Uma memória de baixo nível (...) protomemória (...) no âmbito do indivíduo, constitui os saberes e as experiências mais resistentes e mais bem compartilhadas pelos membros de uma sociedade. (...) O habitus depende, em grande parte, da protomemória (...) Essa forma de conhecimento ou “senso prático” é o que nos permite agir quando necessário sem que se pergunte “como se deve fazer”. (...) é uma memória “imperceptível”, que ocorre sem a tomada de consciência. (21-23)
2.    A memória propriamente dita ou de alto nível, que é essencialmente uma memória de recordação ou reconhecimento: evocação deliberada ou invocação involuntária. (23)
3.    A metamemória (...) a representação que cada indivíduo faz de sua própria memória, o conhecimento que tem dela e, de outro, o que diz dela, dimensões que remetem ao “modo de afiliação de um indivíduo a seu passado”, e igualmente, (...) a construção explícita da identidade. (23)
      A protomemória e a memória (...) dependem diretamente da faculdade da memória. A metamemória é uma representação relativa a essa faculdade. (...) os três termos podem ser igualmente conceitos científicos. Mas a taxonomia é válida desde que o interesse sejam as memórias individuais. (23)
      Entretanto, no momento em que passamos para o nível de grupos ou sociedades (...) Torna-se evidente que a noção de protomemória se torna inaplicável: (...) (24)
      (...) em nível de grupos, apenas a eventual posse de uma memória evocativa ou da metamemória pode ser pretendida. É essa eventualidade que aparece subjacente na expressão “memória coletiva”. (24)

terça-feira, 11 de junho de 2013

“Passados presentes: mídia, política, amnésia” do livro “Seduzidos pelas memória: arquitetura, monumentos, mídia” de Andreas Huyssen.

Andreas Huyssen (professor de alemão e literatura na Columbia University), lançou no ano 2000 a obra “Seduzidos pelas memória: arquitetura, monumentos, mídia”. No capítulo intitulado “Passados presentes: mídia, política, amnésia”, o autor desenvolve sua problemática partindo do pressuposto de que a emergência da memória, caracterizada por um desejo de volta ao passado, trata-se de um fenômeno cultural e político central nas sociedades ocidentais, e que contrasta com a sede de futuro sentida no contexto da modernidade no início do século XX. Huyssen (2000, p.9) explica que esse fenômeno a que denomina passados presentes, parece ter se configurado a partir dos anos 1980, quando se altera a percepção dos sujeitos com relação ao tempo a partir de suas experiências de tempo, momento em que os futuros presentes (termo criado pelo historiador Rainhart Koseleck) perdem centralidade.

Apoiando-se no conceito de tempo e espaço do geógrafo David Harvey, o autor explica que tempo e espaço são categorias enraizadas na percepção histórica e que a separação entre elas impossibilita o entendimento das culturas modernas e pós-modernas na medida em que tempo e espaço são interligados de diferentes maneiras, mais ou menos complexas, mas que suportam a diversidade de discursos sobre a memória. O entendimento da possibilidade de diferentes modernidades e modernidades em diferentes estágios, para o autor (p.10) possibilitaram um novo entendimento dos processos de globalização.
Segundo Huyssen os discursos de “memória de um novo tipo”, os quais teriam aparecido a partir da década de 1960 no contexto de descolonização e do surgimento de movimentos sociais, foram impulsionados a partir da década de 1980 pelo crescimento dos debates em torno do Holocausto, principalmente nos Estados Unidos e Europa, onde eventos, discursos e uma variedade de produtos televisivos e impressos eram produzidos apropriando-se de eventos históricos que marcaram o Holocausto, o que de acordo com Huyssen (p.11) remexeu as “codificações da história nacional posteriores à Segunda Guerra Mundial”.
O deslocamento da memória do Holocausto do seu lugar original é percebido na forma como este evento foi sendo utilizado ao abordar outros conflitos. Duas situações são trazidas pelo autor para demonstrar as diferentes apropriações da memória do Holocausto, primeiro através dos discursos utilizados pelos políticos durante os massacres em Ruanda e na Bósnia e em outro momento, durante a guerra em Kosovo. Uma vez que, durante os conflitos na Bósnia e em Ruanda comparações com o Holocausto foram rejeitadas por políticos, pela imprensa toda opinião pública, segundo o autor como uma forma de resistir a uma intervenção. (p.12). Porém, durante a guerra em Kosovo, a memória do Holocausto foi apropriada como forma de justificar a intervenção armada pela OTAN.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Cultural Heritage, Culture, Memory, Identity - Livre Tradução

1 - Culture-  is a modern concept based on a term first used in classical antiguity by the Roman orator, Cicero: "cultura animi". The term "culture" appeared first in its in Europe in the 18th and 19th centuries, to connote a process of cultivation or improvement, as in agriculture or horticulture. In the 19th century, the term developed to refer first to the betterment or refinement of the individual, especially througheducation, and then to the fulfillment of national aspirations or ideals. In the mid-19th century, some scientists used the term "culture" to refer to a universal human capacity.

Cultura – é um conceito moderno baseado num termo usado pela primeira vez na antiguidade clássica por Cícero, orador romano.
O termo cultura apareceu na Europa pela primeira vez nos séculos 18 e 19
Para definir um processo de refinamento ou aproveitamento, como na agricultura ou horticultura.  No século 19, o termo foi desenvolvido para apresentar a primeira melhora ou aperfeiçoamento do individual, especialmente através da educação, e do desempenho de ideias ou aspirações nacionais. Na metade do século 19 alguns cientistas usaram o termo cultura para definir uma capacidade humana universal.

Tempo e patrimônio - François Hartog

Citações
262-A objetivação do passado fez do tempo algo naturalizado, um impensado na História. Vivemos a imposição de um presente onipresente, o presentismo. A resposta da história profissional francesa foi a história do tempo presente após déc. De 1980, relacionada a demandas da atualidade judiciária (crimes contra a humanidade, com característica de temporalidade imprescritível). Para compreender esta inquietação usa a noção de “regime de historicidade” a partir de reflexões de M. Sahlins e C. Lévi-Strauss.
263-Diálogo entre M. Sahlins e R. Koselleck possibilita elaborar uma semântica dos tempos históricos, levando em consideração as tensões entre “experiência” e “horizonte de espera” (conceitos de Koselleck) e estando atento aos modos de articulação do presente, do passado e do futuro. “Regimes de historicidade” pode ser compreendido de forma: restrita - como uma sociedade trata seu passado ou; ampla - designar uma modalidade de consciência de si de uma comunidade humana. Isto serviria para iluminar modos de relação ao tempo; formas de experiência; maneiras de ser no tempo.
264-Noção de presentismo acompanhou Hartog em 1994, quando os restos do Muro não tinham ainda desaparecido em Berlim, quando discutia a reconstrução ou não do Castelo real, dentre outras coisas. Em Berlim, o tempo era um problema, visível, tangível, ineludível. Procurou-se apagar o passado de um lado e do outro de um muro que pouco a pouco tornava-se muro de tempo. Lá, o historiador vagueia frente a fragmentos, restos, marcas de ordem do tempo diferentes.
265-Memória e patrimônio são tratadas como indícios, sintomas de nossa relação com o tempo. Questãoum novo regime de historicidade, centrado sobre o presente, estaria se formulando? Patrimônio se impôs como categoria dominante da vida cultural e das políticas públicas. Recenseamos “novos patrimônios” e declinamos “novos usos” do patrimônio. Retrata panorama das políticas de patrimônio na França nas décadas de 1980-90.
266-”Lugares de memória” do historiador Pierre Nora chegaram ao diagnóstico de uma “patrimonialização” da história da França, senão da França mesma, fazendo com que saíssemos da “história-memória” rumo a “história-patrimônio”. Patrimônio se encontra ligado ao território e à memória, que operam como vetores de identidade. Patrimônio se apresenta como um convite à anamnese coletiva. Ao “dever” da memória com o remorso, se teria acrescentado uma “ardente obrigação” do patrimônio. Comenta o caso do Japão, que se utilizou do conceito de “tesouro nacional”.

Entre Memória e História - a problemática dos lugares - Pierre Nora

Citações

"Aceleração da história... uma oscilação cada vez mais rápida de um passado definitivamente morto, a percepção global de qualquer coisa desaparecida - uma ruptura de equilíbrio."  [7]

"Fala-se tanto de memória porque ela não existe mais."  [7]

"Há locais de memória porque não há mais meios de memória."  [7]

"Esse desmoronamento central de nossa memória só é um exemplo. É o mundo inteiro que entrou na dança, pelo fenômeno bem conhecido da mundialização, da democratização, da massificação, da mediatização."  [8]

domingo, 2 de junho de 2013

Confissões - Rosilda da Silva

Desfragmentada de mim,
Essência roubada,
Não sei mais compor.
Falta-me leveza,
Teu cheiro, meus sonhos,
Faltas-me tu, meu amor!

Ciúme dos dias que te consomem,
Dos desejos que te atiçam,
Dos riscos que te desafiam.
Do tempo gasto em viagens,
No trabalho e nos silêncios.
Ciúmes de tuas conquistas,
Teus portos e ancoragens.

Bases antropológicas e expressões mundanas da busca patrimonial: memória, tradição e identidade - Joël Candau

Citações

"O patrimônio podia ser considerado como um aparelho ideológico da memória."  [43]


"Em vários países, se não todos, se manifestam os sinais de uma inflação de memória e uma febre comemorativa, às vezes até à saturação. Uma 'vaga memorial' que rebenta sobre o mundo inteiro, sustenta Pierre Nora. (1994)  [44]


"a irrupção espetacular da memória no debate público é 'indissociável de um fenômeno que lhe confere todo o sentido: a emergência da vítima' (2004, p.89). A memória das tragédias, inclui ele, que é muitas vezes uma memória da destruição, é feita igualmente de uma memória da afirmação, aquela de um grupo que se mantém ou se constrói na permanência de uma lembrança e reconhecimento de seus sofrimentos."  [44]