Citações
"O cientista principia efetuando alguns experimentos, cujo objetivo é o de permitir observações cuidadosamente controladas e meticulosamente medidas - em algum ponto da fronteira entre nosso conhecimento e nossa ignorância. O cientista registra sistematicamente seus achados, divulga-os, talvez; e, com o correr do tempo, ele e outros pesquisadores que trabalham na mesma área chegam a acumular uma porção de dados comuns e dignos de crédito. Crescendo o número de dados, traços de ordem geral principiam a emergir e os pesquisadores começam a formular hipóteses gerais - enunciados de caráter legalóide que se ajustam a todos os fatos conhecidos e explicam de que modo eles se relacionam causalmente entre si. O cientista procura confirmar sua hipótese, encontrando evidência que lhe dê apoio." [21]
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sábado, 30 de março de 2013
quinta-feira, 28 de março de 2013
domingo, 24 de março de 2013
As portas dos domínios museal e patrimonial - Mário Chagas
Citações
"A palavra patrimônio, ainda hoje, tem a capacidade de expressar uma totalidade difusa à semelhança do que ocorre com outros termos, como cultura, memória e imaginário, por exemplo." [33]
"Vale registrar que, para além do seu vínculo com a modernidade, a categoria patrimônio, como categoria antropológica de pensamento, tem, como sublinhou José Reginaldo Santos Gonçalves, um 'caráter milenar' e não uma 'invenção moderna', estando em ação, nomeadamente, 'no mundo clássico', 'na Idade Média' e também 'nas chamadas sociedades tribais'. (GONVÇALVES, 2003: 21-29) [34]
"...o patrimônio... transcende as barreiras do tempo e do gosto." [35]
"A palavra patrimônio, ainda hoje, tem a capacidade de expressar uma totalidade difusa à semelhança do que ocorre com outros termos, como cultura, memória e imaginário, por exemplo." [33]
"Vale registrar que, para além do seu vínculo com a modernidade, a categoria patrimônio, como categoria antropológica de pensamento, tem, como sublinhou José Reginaldo Santos Gonçalves, um 'caráter milenar' e não uma 'invenção moderna', estando em ação, nomeadamente, 'no mundo clássico', 'na Idade Média' e também 'nas chamadas sociedades tribais'. (GONVÇALVES, 2003: 21-29) [34]
"...o patrimônio... transcende as barreiras do tempo e do gosto." [35]
sexta-feira, 22 de março de 2013
Patrimônio Cultural e Cidadania - Resumo da Aula
22/03/13 - Memória e Patrimônio –
Jacques Le Goff
Na atualidade
reconhece-se a oralidade como forma de guardar a memória, os mitos de origem,
lendas – bruxas, lobisomem(reconhecidas como patrimônio imaterial)
- Memória escrita -
“necessidade ostentação durabilidade de uma memória lapitar e marmórea.”
(LE GOFF, 1992, p.432)
- Monumentos comemorativos
Memória – mundo antigo
- Evolução da oralidade para a escrita]ligada à
evolução social e ao desenvolvimento urbano
- Necessidade de fixar normas de convivência social,
aquilo que “ não é fixável na
memória de modo completo (LE GOFF, 1992, p.433)
FATOS QUE DEVEM ULTRAPASSAR AS
GERAÇÕES
- A religião
- A história
- A história
- A geografia
- “o triplo problema do tempo, do espaço e do homem
constitui a matéria memorável”. (LEROI-GOOURHAN, op cit. LE GOFF, 1992,
p;433)
Observações da aula Patrimônio e Cidadania I
21/03/13 - Rogério Proença Leite
Formação de
espaços espetacularizados; formação de espaço público fragmentado (contra-usos);
Perspectivas mercadológicas para
reapropriação de espaços históricos,
Busca de valores no passado para
reafirmar no presente o espaço/sujeito;
A questão do enobrecimento de certos espaços também
está ligada a fatores de poder. Quem decide que espaços enobrecer e quais ficam
em segundo plano. Enquanto um é revitalizado o outro vai se apagando de sua
real funcionalidade. (Rua do Príncipe em
oposto aos museus)
Visando o lucro, retorno dos tributos do comércio local
Recuperando a imagem do espaço,
quinta-feira, 21 de março de 2013
domingo, 17 de março de 2013
Patrimônio Cultural e o Descentramento do Sujeito na Contemporaneidade
Rogério Proença Leite
vGraduado em Ciências Sociais,
vMestre em Sociologia (PIMES-UFPE),
vDoutor em Ciências Sociais
(UNICAMP),
vProfessor Associado III da
Universidade Federal de Sergipe (UFS),
vCoordenador do Programa de
Pós-graduação em Sociologia (Mestrado e Doutorado) e o Laboratório de Estudos
Urbanos e Culturais,
vProfessor colaborador do Mestrado em
Patrimônio do IPHAN (Rio de Janeiro),
vProfessor colaborador do
Mestrado/Doutorado em Cidades e Culturas Urbanas da Universidade de Coimbra,
vCoordenador brasileiro da Rede
Brasil-Portugal de Estudos Urbanos (CPLP do MCT/CNPq e CAPES-FCT),
vAtua na área de Sociologia Urbana,
vIntegra o Comitê Assessor de
Avaliação de Sociologia da CAPES,
v1o. Secretário da Sociedade
Brasileira de Sociologia SBS.
sábado, 16 de março de 2013
Memória e seus paradigmas - Patrícia Marques de Souza[1]
Resumo: Este artigo aborda a
problemática da utilização da memória como fonte histórica e suas disputas.
Palavras-Chave: memória coletiva e
individual, disputas, fontes históricas, relação memória/História
Considerações
iniciais
A ideia de
memória, a maneira como ela é exercida e sua relação com a História, vêm sendo
objeto de pesquisa e de debates teóricos de muitos estudiosos ao longo dos
anos. A utilização de fontes orais para o desenvolvimento de estudos não é
recente e ao longo do tempo, a memória e outras fontes dessa mesma origem
perderam a classificação de secundárias e passaram a ser encaradas como
possibilidades de fontes seguras. Esse processo de mudança está ligado ao
questionamento feito pela corrente historiográfica francesa dos Annales,
na década de 1920 que propunha uma diversificação de temas e foi o primeiro
passo para a diversificação do uso das fontes. Em vista disso, para tornar-se
possível conhecer, estudar e problematizar o universo da memória é necessário ter
ciência de que ela é feita por pessoas que vivenciaram os acontecimentos
pessoalmente ou pelo grupo a qual o indivíduo esteja inserido e apresenta como
características a seleção, a construção, a subjetividade, o individual, o
coletivo, o social, o nacional e o afetivo[2].
Esses conceitos precisam ser considerados na análise dessa questão de notável
relevância para o estudo das diferentes sociedades humanas que foram entendidas
e explicadas de diferentes formas. Sua definição denotativa pode apresentar os
seguintes significados: “1. Faculdade de
reter as idéias, impressões e conhecimentos adquiridos. 2. Lembrança,
reminiscência.”[3].
Dessa maneira, a memória torna-se uma lembrança construída no presente a partir
experiências passadas e cada uma possui sua própria lógica e sentido.
CASAS E PORTAS DA MEMÓRIA E DO PATRIMÔNIO - Mario Chagas
Doutor em Ciências
Sociais / UERJ. Professor do Programa de Pós-Graduação em Memória Social /
UNIRIO Curriculo Lattes
Apresenta reflexões em torno do conceito de patrimônio,
desde a sua origem até a contemporaneidade. Afirma que existe uma relação
intrínseca entre patrimônio e poder, que permanece na relação entre patrimônio
e propriedade, seja material ou espiritual, econômica ou simbólica e a sua
vinculação à idéia de preservação. Destaca que a noção de posse parece ser mais
adequada aos museus do que a de propriedade Sugere que o caráter
preservacionista e o sentido de posse estão na raiz da instituição do
patrimônio e do museu (casa de memória e poder). Ressalta que a preservação
como prática social que é utilizada para a construção de determinadas
narrativas tem um caráter subjetivo, que é mascarado por discursos que se pretendem
positivos, científicos e objetivos. Conclui que o que está em jogo nos museus e
também no domínio do patrimônio cultural é memória, esquecimento, resistência e
poder, perigo e valor, múltiplos significados e funções, silêncio e fala,
destruição e preservação. E por tudo isso interessa compreendê-los em sua
dinâmica social e interessa compreender o que se pode fazer com eles, contra
eles, apesar e a partir deles.
PALAVRAS-CHAVE: Patrimônio cultural. Preservação como prática social. Musealização.
PALAVRAS-CHAVE: Patrimônio cultural. Preservação como prática social. Musealização.
sexta-feira, 15 de março de 2013
A SUPERMODERNIDADE: Cultura do Poder e do Consumismo - Georgina Amazonas Mandarino Parte 1
Resumo: O objetivo deste trabalho é examinar como a mass media contribui para a
construção identitária do sujeito. O corpus está nos símbolos da modernidade divulgados
pela publicidade em geral, abrindo novas perspectivas comportamentais perante o
mundo. A metodologia adotada é a qualitativa. Fairclough (2001) assinala a contribuição
das práticas discursivas em processos de transformação para mudanças na identidade
social. As posições teóricas de Stuart Hall (2004) e Marc Augé (2004) conduzem a
uma análise discursiva presente nos símbolos que comprovam identidade e autorizam
deslocamentos impessoais. Os resultados alcançados a partir do enfoque em alguns
símbolos da supermodernidade permitem a identificação de territórios em constante
transformação e a multiplicidade de identidades sociais e culturais.
A IDÉIA DE CULTURA - TERRY EAGLETON
Uma
das palavras mais inflacionadas dos últimos tempos, “cultura”
tornou-se
um conceito que pode definir as mais diferentes e até contraditórias
idéias.
Partindo desse pressuposto, Terry Eagleton, em A idéia de
cultura, procura não
só classificar os diferentes usos do conceito, mas também
mostrar
que, apesar de seu uso indiscriminado, cultura é uma idéia
extremamente
importante para a interpretação do mundo atual, sempre salientando
sua
relação com a política.
Depois
de uma descrição do desenvolvimento histórico da palavra,
Eagleton
coloca-a em três categorias: cultura como civilidade, como identidade
e como
algo comercial ou pós-moderno. Ou ainda: como excelência, ethos e
economia
(p. 96). No geral, essas categorias correspondem a outros termos já
bem
conhecidos: alta cultura (ou Cultura), cultura popular e cultura de massa.
A
novidade está na maneira como esses conceitos se inter-relacionam. Na verdade,
Eagleton
se refere a essa relação como “guerras culturais”.
quarta-feira, 13 de março de 2013
domingo, 10 de março de 2013
Comunicado Importante
Se você escreveu, recebeu ou conhece alguém que tenha escrito ou recebido cartas de amor,favor entrar em contato comigo. Pesquisarei sobre isso, sites de relacionamento e trocas de e-mails e preciso de sua ajuda.
Grata,
Rosilda
Grata,
Rosilda
A dialética do esclarecimento - Theodor W. Adorno
Conceito de esclarecimento (parte 5)
As medidas tomadas por Ulisses quando seu navio se aproxima das Sereias pressagiam alegoricamente a dialéctica do esclarecimento. Assim como a substituibilidade é a medida da dominação e o mais poderoso é aquele que pode se fazer substituir na maioria das funções, assim também a substituibilidade é o veículo do progresso e, ao mesmo tempo, da regressão. Na situação dada, estar excluído do trabalho também significa mutilação, tanto para os desempregados, quanto para os que estão no pólo social oposto. Os chefes, que não precisam mais se ocupar da vida, não têm mais outra experiência dela senão como substrato e deixam-se empedernir integralmente no eu que comanda. O primitivo só tinha experiência da coisa natural como objecto fugidio do desejo, "mas o senhor, que interpôs o servo entre a coisa e ele próprio, só se prende à dependência da coisa e desfruta-a em sua pureza; o aspecto da independência, porém, abandona-o ao servo que a trabalha". (37) Ulisses é substituído no trabalho. Assim como não pode ceder à tentação de se abandonar, assim também acaba por renunciar enquanto proprietário a participar do trabalho e, por fim, até mesmo a dirigi-lo, enquanto os companheiros, apesar de toda proximidade às coisas, não podem desfrutar do trabalho porque este se efectua sob coacção, desesperadamente, com os sentidos fechados à força. O servo permanece subjugado no corpo e na alma, o senhor regride. Nenhuma dominação conseguiu ainda evitar pagar esse preço, e a aparência cíclica da história em seu progresso também se explica por semelhante enfraquecimento, que é o equivalente do poderio. A humanidade, cujas habilidades e conhecimentos se diferenciam com a divisão do trabalho, é ao mesmo tempo forçada a regredir a estágios antropologicamente mais primitivos, pois a persistência da dominação determina, com a facilitação técnica da existência, a fixação do instinto através de uma repressão mais forte. A fantasia atrofia-se. A desgraça não está em que os indivíduos tenham se atrasado relativamente à sociedade ou à sua produção material.
A dialética do Esclarecimento - Theodor W. Adorno
O Conceito de Esclarecimento (parte 3)
O preço que se paga pela identidade de tudo com tudo é o facto de que nada, ao mesmo tempo, pode ser idêntico consigo mesmo. O esclarecimento corrói a injustiça da antiga desigualdade, o senhorio não mediatizado; perpetua-o, porém, ao mesmo tempo, na mediação universal, na relação de cada ente com cada ente. Ele faz aquilo que Kirkegaard celebra em sua ética protestante e que se encontra no ciclo épico de Héracles como uma das imagens primordiais do poder mítico: ele elimina o incomensurável. Não apenas são as qualidades dissolvidas no pensamento, mas os homens são forçados à real conformidade. O preço dessa vantagem, que é a indiferença do mercado pela origem das pessoas que nele vêm trocar suas mercadorias, é pago por elas mesmas ao deixarem que suas possibilidades inatas sejam modeladas pela produção das mercadorias que se podem comprar no mercado. Os homens receberam o seu eu como algo pertencente a cada um, diferente de todos os outros, para que ele possa com tanto maior segurança se tornar igual. Mas, como isso nunca se realizou inteiramente, o esclarecimento sempre simpatizou, mesmo durante o período do liberalismo, com a coerção social. A unidade da colectividade manipulada consiste na negação de cada indivíduo; seria digna de escárnio a sociedade que conseguisse transformar os homens em indivíduos. A horda, cujo nome sem dúvida está presente na organização da Juventude Hitleriana, não é nenhuma recaída na antiga barbárie, mas o triunfo da igualdade repressiva, a realização pelos iguais da igualdade do direito à injustiça. O mito de fancaria dos fascistas evidencia-se como o autêntico mito da antiguidade, na medida em que o mito autêntico conseguiu enxergar a retribuição, enquanto o falso cobrava-a cegamente de suas vítimas. Toda tentativa de romper as imposições da natureza rompendo a natureza, resulta numa submissão ainda mais profunda às imposições da natureza. Tal foi o rumo tomado pela civilização europeia. A abstracção, que é o instrumento do esclarecimento, comporta-se com seus objectos do mesmo modo que o destino, cujo conceito é por ele eliminado, ou seja, ela se comporta como um processo de liquidação. Sob o domínio nivelador do abstracto, que transforma todas as coisas na natureza em algo de reproduzível, e da indústria, para a qual esse domínio do abstracto prepara o reproduzível, os próprios liberados acabaram por se transformar naquele "destacamento" que Hegel (16) designou como o resultado do esclarecimento.
A dialética do esclarecimento - Theodor W. Adorno
Conceito de Esclarecimento (parte 2)
O mito converte-se em esclarecimento, e a natureza em mera objectividade. O preço que os homens pagam pelo aumento de seu poder é a alienação daquilo sobre o que exercem o poder. O esclarecimento comporta-se com as coisas como o ditador se comporta com os homens. Este conhece-os na medida em que pode manipulá-los. O homem de ciência conhece as coisas na medida em que pode fazê-las. É assim que seu em-si torna para-ele. Nessa metamorfose, a essência das coisas revela-se como sempre a mesma, como substrato da dominação. Essa identidade constitui a unidade da natureza. Assim como a unidade do sujeito, ela tampouco constitui um pressuposto da conjuração mágica. Os ritos do xamã dirigiam-se ao vento, à chuva, à serpente lá fora ou ao demónio dentro do doente, não a matérias ou exemplares. Não era um e o mesmo espírito que se dedicava à magia; ele mudava igual às máscaras do culto, que deviam se assemelhar aos múltiplos espíritos. A magia é a pura e simples inverdade, mas nela a dominação ainda não é negada, ao se colocar , transformada na pura verdade, como a base do mundo que a ela sucumbiu. O feiticeiro torna-se semelhante aos demónios; para assustá-los ou suavizá-los, ele assume um ar assustadiço ou suave. Embora seu ofício seja a repetição, diferentemente do civilizado - para quem os modestos campos de caça se transformam no cosmo unificado, no conjunto de todas as possibilidades de presas - ele ainda não se declarou à imagem e semelhança do poder invisível. É só enquanto tal imagem e semelhança que o homem alcança a identidade do eu que não pode se perder na identificação com o outro, mas toma definitivamente posse de si como máscara impenetrável. É à identidade do espírito e a seu correlato, à unidade da natureza, que sucumbem as múltiplas qualidades. A natureza desqualificada torna-se a matéria caótica para uma simples classificação, e o eu todo-poderoso torna-se o mero ter, a identidade abstracta. Na magia existe uma substitutividade específica. O que acontece à lança do inimigo, à sua cabeleira, a seu nome, afecta ao mesmo tempo a pessoa; em vez do deus, é o animal sacrificial que é massacrado. A substituição no sacrifício assinala um novo passo em direcção à lógica discursiva. Embora a cerva oferecida em lugar da filha e o cordeiro em lugar do primogénito ainda devessem ter qualidades próprias, eles já representavam o género e exibiam a indiferença do exemplar.
A dialética do esclarecimento - Theodor W.Adorno
O Conceito de Esclarecimento (parte 1)
No sentido mais amplo do progresso do
pensamento, o esclarecimento tem perseguido sempre o objectivo de livrar os
homens do medo e de investi-los na posição de senhores. Mas a terra totalmente
esclarecida resplandece sob o signo de uma calamidade triunfal. O programa do
esclarecimento era o desencantamento do mundo. Sua meta era dissolver os mitos
e substituir a imaginação pelo saber . Bacon, "o pai da filosofia
experimental", (l) já reunira seus diferentes temas. Ele desprezava os
adeptos da tradição, que "primeiro acreditam que os outros sabem o que
eles não sabem; e depois que eles próprios sabem o que não sabem. Contudo, a
credulidade, a aversão à dúvida, a temeridade no responder, o vangloriar-se com
o saber , a timidez no contradizer, o agir por interesse, a preguiça nas
investigações pessoais, o fetichismo verbal, o deter-se em conhecimentos
parciais: isto e coisas semelhantes impediram um casamento feliz do
entendimento humano com a natureza das coisas e o acasalaram, em vez disso, a
conceitos vãos e experimentos erráticos; o fruto e a posteridade de tão
gloriosa união pode-se facilmente imaginar. A imprensa não passou de uma
invenção grosseira; o canhão era uma invenção que já estava praticamente
assegurada; a bússola já era, até certo ponto, conhecida. Mas que mudança essas
três invenções produziram - uma na ciência, a outra na guerra, a terceira nas
finanças, no comércio e na navegação! E foi apenas por acaso, digo eu, que a
gente tropeçou e caiu sobre elas. Portanto, a superioridade do homem está no
saber, disso não há dúvida. Nele muitas coisas estão guardadas que os reis, com
todos os seus tesouros, não podem comprar, sobre as quais sua vontade não
impera, das quais seus espias e informantes nenhuma notícia trazem, e que
provêm de países que seus navegantes e descobridores não podem alcançar. Hoje,
apenas presumimos dominar a natureza, mas, de facto, estamos submetidos à sua
necessidade; se contudo nos deixássemos guiar por ela na invenção, nós a
comandaríamos na prática". (2)
REALIZAR INFERÊNCIAS TEXTUAIS / INFERIR
Inferência - Ato
ou efeito de inferir;
conclusão (de um raciocínio lógico);
dedução, indução.
• É necessário conhecimento prévio. Familiaridade com o tipo de texto focalizado e com as marcas linguísticas que apresentam, na escrita, numa situação de diálogo.
O TEMPO - Roseana Murray
feito peixe,
passa pela peneira
e vai deixando
pérolas, conchas,
amigos, areia fininha
no fundo da memória...
O tempo, escorregadio
feito lua, não para
em nenhuma estação,
e sobe gente e desce gente,
e o tempo, o tempo todo
em movimento.
sábado, 9 de março de 2013
Entre Memoria e Historia: La problemática de los lugares - Pierre Nora
Entre Memoria e Historia: La problemática de los lugares∗
Pierre Nora
I. El fin de la historia-memoria
Aceleración de la historia. Más allá de la metáfora, hay que tornar la medida de lo que significa la expresión: un balanceo cada vez más rápido en un pasado definitivamente muerto la percepción global de todo como desaparecido –una ruptura de equilibrio. El desgarramiento de lo que todavía había de vivido en el calor de la tradición, en el mutismo de la costumbre, en la repetición de lo ancestral, bajo el empuje de un sentimiento histórico de fondo. El acceso a la conciencia de sí bajo el signo de lo pasado, la terminación de algo comenzado desde siempre. Sólo se habla de memoria porque no hay más.
La curiosidad por los lugares donde se cristaliza y se refugia la memoria está ligada a este momento particular de nuestra historia. Momento en el que la conciencia de la ruptura con el pasado se confunde con el sentimiento de una memoria desgarrada; pero en el que el desgarramiento despierta aún bastante memoria para que pueda plantearse el problema de su encarnación. El sentimiento de continuidad se vuelve residual a los lugares. Hay lugares de memoria porque no hay más medios de memoria.
Pensemos en esta mutilación sin retorno que representó el fin de los campesinos, esta colectividad-memoria por excelencia cuya moda como objeto de la historia coincidió con el apogeo del crecimiento industrial. Este desmoronamiento central de nuestra memoria es solamente un ejemplo. Todo el mundo entró en el baile, por el fenómeno de la mundialización tan conocido, de la democratización, de la masificación, de la mediatización. En la periferia, la independencia de las nuevas naciones llevó p la historicidad a sociedades ya despiertas de su sueno etnológico por la violación colonial.
terça-feira, 5 de março de 2013
Uma Noite de Natal - David Gonçalves
Lá vai o homem que alimentará os sonhos nesta noite de Natal. Faz
muito calor e ele pedala a velha bicicleta pelas ruas ensolaradas. Está
desempregado e as festa para ele sua família serão minguadas. Sem dinheiro, o
Menino não entrará em sua casa. O chamado para aquele "bico" veio em
boa hora. Nada mal receber 50 reais por uma noite. Para quem não tem nada,
poeira é roupa. O suor escorre pelas faces magras. É a primeira vez que se
vestirá de Papai-Noel. Sem trabalho, seria o único sustento da família. A loja
do shopping mandou chamá-lo. O Papai Noel ficara doente, vítima de uma tosse
forte. Lembraram-se dele. Lá vai ele pedalando a bicicleta velha debaixo do sol
escaldante.
Branco - João Batista (JB)
Hoje vi minhas mãos. Nunca vi nada igual. Ultimamente está tudo nublado e aquoso. Tudo balança e me vejo imerso em maremotos intermináveis. Não tenho dor de cabeça. Apenas uma vontade estranha de esticar os pés. Ainda não os vi. Sinto. Para ver é preciso abaixar muito a cabeça. Já tentei. Me causou incômodo. Prefiro esperar. Por enquanto me ocupo com as mãos.
segunda-feira, 4 de março de 2013
Lançamento
Está chegando a 2ª Edição da Antologia da Confraria das Letras.
Lançamento dia 07 de março, no Armazém Cultural Midas (Rua João Colin, 475), às 18h
Entrada franca (livro vendido a R$ 5,00)
domingo, 3 de março de 2013
Atividades de Língua Portuguesa
Leia este texto para
responder às questões abaixo.
URGENTE!
Uma
CAPARELLI, Sérgio. Tigres no quintal. Porto Alegre: Kuarup, 1995.
URGENTE!
Uma
de
orvalho
caiu
hoje, às 8h, do dedo anular
direito,
do Cristo Redentor, no
Rio
de Janeiro
Seus
restos
não
foram
encontrados
A
Polícia
não
acre-
dita
em
acidente
Suspei-
to:
o
vento
Os
meteoro-
logistas,
os poetas e
os
passarinhos choram in-
consoláveis.
Testemunha
presenciou
a queda: “Horrível!
Ela
se evaporou na metade do caminho!”
CAPARELLI, Sérgio. Tigres no quintal. Porto Alegre: Kuarup, 1995.
sábado, 2 de março de 2013
14/03 – Dia Nacional da Poesia
A poesia é a forma de expressão humana mais próxima da música. Envolve a arte da linguagem humana e o fazer poético está diretamente ligado aos sentimentos, ao ritmo e as palavras cantadas em uma mesma melodia. Como dia Voltaire, " A poesia é a música da alma, e, sobretudo das almas grandes e sentimentais."
A poesia ganhou um dia específico, sendo este criado em homenagem ao poeta brasileiro Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), no dia de seu nascimento, 14 de março.
O Dia Nacional da Poesia é normalmente celebrado em bibliotecas, escolas e diversos outros espaços culturais, em eventos onde a declamação de poemas é normalmente privilegiada.
Memória - Jacques Le Goff
Citações
"A utilização de uma linguagem falada, depois escrita, é de fato uma extensão fundamental das possibilidades de armazenamento da nossa memória que, graças a isso, pode sair dos limites físicos do nosso corpo para estar interposta quer nos outros quer nas bibliotecas. Isto significa que, antes de ser falada ou escrita, existe uma certa linguagem sob a forma de armazenamento de informações na nossa memória." [425]
"Em todas as sociedades, os indivíduos detêm uma grande quantidade de informações no seu patrimônio genético, na sua memória a longo prazo e, temporariamente, na memória ativa." [425]
"A utilização de uma linguagem falada, depois escrita, é de fato uma extensão fundamental das possibilidades de armazenamento da nossa memória que, graças a isso, pode sair dos limites físicos do nosso corpo para estar interposta quer nos outros quer nas bibliotecas. Isto significa que, antes de ser falada ou escrita, existe uma certa linguagem sob a forma de armazenamento de informações na nossa memória." [425]
"Em todas as sociedades, os indivíduos detêm uma grande quantidade de informações no seu patrimônio genético, na sua memória a longo prazo e, temporariamente, na memória ativa." [425]
A BONECA - Olavo Bilac
Deixando a bola e a peteca,
Com que inda há pouco brincavam,
Por causa de uma boneca,
Duas meninas brigavam.
Dizia a primeira : "É minha!"
- "É minha!" a outra gritava;
E nenhuma se continha,
Nem a boneca largava.
Quem mais sofria (coitada!)
Era a boneca.
Já tinha
Toda a roupa estraçalhada,
E amarrotada a carinha.
Tanto puxavam por ela,
Que a pobre rasgou-se ao meio,
Perdendo a estopa amarela
Que lhe formava o recheio.
E, ao fim de tanta fadiga,
Voltando a bola e a peteca,
Ambas, por causa da briga,
Ficaram sem a boneca
sexta-feira, 1 de março de 2013
Documento/Monumento - Jacques Legoff
Citações
"A memória coletiva e a sua forma científica, a história, aplicam-se a dois tipos de materiais: os documentos e os monumentos." [535]
"...os monumentos, herança do passado, e os documentos, escolha do historiador." [535]
"O monumentum é um sinal do passado. Atendendo às suas origens filológicas, o monumento é tudo aquilo que pode evocar o passado, perpetuar a recordação, por exemplo, os atos escritos." [535]
"A memória coletiva e a sua forma científica, a história, aplicam-se a dois tipos de materiais: os documentos e os monumentos." [535]
"...os monumentos, herança do passado, e os documentos, escolha do historiador." [535]
"O monumentum é um sinal do passado. Atendendo às suas origens filológicas, o monumento é tudo aquilo que pode evocar o passado, perpetuar a recordação, por exemplo, os atos escritos." [535]
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