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segunda-feira, 30 de maio de 2011

NEM JESUS CRISTO AGUENTARIA SER UM PROFESSOR NOS DIAS DE HOJE...

O Sermão da montanha (*versão para educadores*)


Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.
Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.
Tomando a palavra, disse-lhes:
- “Em verdade, em verdade vos digo:
Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Felizes os misericordiosos, porque eles...”
Pedro o interrompeu:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou:
- É pra copiar?
Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!
Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?
João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?
Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!
Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?

Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.
Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!

Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos? Quais são as suas estratégias para o levantamento dos conhecimentos prévios?

Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais?
Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto. E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é professor titular...

Publicado por Eduardo Manoel da Silva em 14 setembro 2010 às 17:02 em EDUCAÇÃO

quarta-feira, 25 de maio de 2011

NOVELA DA GREVE EM JOINVILLE


Por: Osny Martins

Não tem jeito. É uma autêntica aberração. Não bastasse todo o desgaste que enfrenta a administração municipal de Carlito Merss (PT) desde muito antes do início da greve dos servidores municipais, a discussão em si, pura e simples, é amplamente favorável aos grevistas. Eles estão cobertos de razão. Até a opinião pública, que em outras ocasiões deste tipo fica à margem de um posicionamento, querendo apenas os seus serviços básicos mantidos, agora não hesita em se manifestar de forma franca e objetiva em favor dos servidores.
O fato de se oferecer reajuste ZERO aos servidores este ano é tão aviltante, que até leigos não se intimidam no posicionamento. A Prefeitura não tem argumentos para justificar o que parece injustificável. Quanto mais se analisa a questão, mais ruim fica o quadro para o prefeito Carlito Merss e seus pseudo argumentos. A Prefeitura está absolutamente errada, absolutamente sem razão, absolutamente desnorteada nesta questão. Não há como sustentar o fato de se oferecer reajuste zero para o servidor num momento em que todas as demais categorias profissionais ganham reajustes que pelo menos repõem a inflação do período.
Falar em 8% de reajuste para o ano que vem, como é a proposta oficial da Prefeitura, chega a ser risível, principalmente quando se sabe que ela não cumpriu o que havia prometido ao servidor no ano passado.
Além disso, o evidente desespero da Prefeitura em apelar à Lei de Responsabilidade Fiscal para dizer que está impossibilitada de reajustar o servidor municipal agora, é tão estapafúrdio, que cheira à piada. Como invocar a tal lei agora, só agora, na hora do reajuste do servidor. Por que a Prefeitura não pensou nisso ao longo de 2010? Afinal de contas, durante todo o ano passado, as finanças municipais já estavam ruins, já estavam corroídas. Mas é só agora, no anúncio do pacote que inclui o não-aumento ao servidor, que se fala em economia de telefone celular, diárias, viagens e outras despesas.
Por que a Prefeitura não poupou despesas desnecessárias ao longo de 2010 para sobrar recursos para seus compromissos de agora? Que amadorismo é esse? Que falta de responsabilidade com a coisa pública é essa? A impressão que fica é que não se tem nem o cacoete de administração, de gestão…
Se hoje não se tem dinheiro para sequer pagar a reposição da inflação ao servidor, por que então ao longo de 2010, a Prefeitura gastou – e gastou muito -, de forma totalmente desnecessária e fantasiosa, com publicidade. Justamente Carlito Merss, que ao longo de anos a fio tanto criticou os prefeitos que investiam em publicidade! Lembram? A Prefeitura bancou a custa de muito dinheiro público, aquela propaganda mentirosa de que a saúde pública estava uma beleza, com atendimento exemplar. Para a pirotecnia havia recursos?
Claro, né… Ano eleitoral. Necessário se fazia tentar maquiar tudo que de errado acontecia na Prefeitura e nos serviços públicos. Não adiantou de nada, pois nenhum dos candidatos ligados a administração municipal, em quaisquer níveis, conseguiu se eleger. Mas o que se gastou com a veiculação dos comerciais em horário nobre nas televisões foi uma grandeza. Sem contar os spots em emissoras de rádio. Aí não se invocou a Lei de Responsabilidade Fiscal. Aí se gastou fartamente…
Cabe agora, à Prefeitura de Joinville, conceder um mínimo de reajuste ao servidor. E pra já. Como é de direito do servidor. Pelo menos a inflação do período.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O ALIMENTO NUTRE O CORPO E A POESIA NUTRE A ALMA

Hoje alimentaremos primeiro a alma.


quintas-feiras, sábados e domingos

certas noites
o elevador é todo pizza
coisa metálica feita em cheiros.

Clotilde Zingali

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ai ai. talvez não saiba. mas aquele dia, quando tudo se acalmou, tomei um banho profundo, os cabelo em baixo d´água soltaram toda espécie de desconforto.  depois, debaixo do vestido e  da pela, dentro do perfume, deixei-me ficar por entre a fumaça do narguilè e desvarios ante o deslocar dos ponteiros - ora tão lento, ora apressado em expectativas.  (era só eu que contava) o tempo aliciado girou assim, ate o fechar dos olhos e o sono arrebatou-me por meia, uma hora... quem sabe? abri os olhos em frene ao espelho - nua diante do fato - encapsulada - muda.  o silêncio encheu o descortinar do tempo.  outro fechar de olhos, o despertar, sair, chegar, estar em outro lugar.  o silêncio trancou-me nas tantas gavetas do mpovel estático em meio à sala e ainda não houve um banho inteiro depois disso.  mas sbe? tenho comigo uma semente querendo romper a terra - e sinto - é arbusto - nada que, feito alcachofra, se fragmenta em pétalas. adeus.

Clotilde Zingali 
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doçuras

aquele dia
entre bolhas de sabão
li dicionários inteiros

mais a noite
em trilhas de formigas
açúcar

Clotilde Zingali

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Escuto de frente os sussurros
que expandem sem caminho,
escuto de frente o que mais fere
quando mais se aproxima,
o hálito.

Carlos Bessen

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Com esquinas na boca,
rascunho murmúrios

Carlos Bessen

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ARROZ DOCE

Ingredientes

2 xícaras de chá de arroz cru lavado
2 xícaras de chá de água
1 litro mais 300 ml de leite morno
1 lata de leite condensado
1 gema
2 ramos de canela em pau
1 colher de sopa de canela em pó

Modo de preparo

Em uma panela grande cozinhe o arroz na água até que comece a secar.  Junte o leite, o leite condensado e a canela em pau e vá mexendo de vez em quando até que o arroz esteja macio, porém, firme.  Desligue o fogo.  Reserve. Bata bem a gema  adicione um pouco do doce pronto.  Misture bem e acrescente essa mistura ao doce ainda quente mexendo bem com uma colher de pau até ficar bem homogêneo.  Despee em um refratário e polvilhe com canela em pó.



20 porções de 184 kcal


Oco Hálito - Clotilde Zingali - páginas 134 - 135#############################

terça-feira, 17 de maio de 2011

PARA DEPOIS DE UM DIA CANSATIVO NA GREVE...

MAIS UMA RECEITA E ALGUMAS POESIAS

BOLO FORMIGUEIRO

Ingredientes para a massa


3 ovos inteiros
2 xícaras de chá de açúcar
3 xícaras de chá de farinha de trigo
1 xícara de chá de chocolate granulado
1/2 xícara de chá de óleo vegetal
3/3 xícara de chá de leite
1 colher de sopa de fermento em pó
manteiga para untar
farinha de trigo para polvilhar

Modo de Preparo

Pré-aqueça o forno.
Unte uma assadeira com manteiga e polvilhe com farinha.  Reserve.  Na batedeira bata os ovos com o açúcar até obter uma mistura branca e fofa.  Desligue e acrescente o óleto, o leite, a farinha.  Bata levemente e acrescente o fermento.  Retire da batedeira e acrescente o chocolate granulado.  Despeje sobre uma assadeira retangular e leve para assar em forno pré-aquecido (180ºC) por aproximadamente 30 minutos.  Espete um palito no centro do bolo, ele estará bom se o palito sair limpo.  Desenforme e deixe esfriar.


24 porçõe de 217 kcal


OBS: Nas casas onde há crianças faz o maior sucesso.

domingo, 15 de maio de 2011

POEMAS E RECEITAS PARA O DIA A DIA

PÃO DE QUEIJO

3 xícaras de chá de polvilho azedo
2 xícaras de chá de polvilho doce
1 xícara de água
1 xícara de chá de leite
2 xícaras de chá de queijo tipo minas ralado
2 ovos inteiros
1 colher de sopa de óleo
1 colher de sobremesa de sal
100 g de manteiga
óleo para untar as assadeiras

MODO DE PREPARO

Em um recipiente misture os polvilhos. Leve a água para ferver, junte o sal e a manteiga.  Despeje sobre o polvilho fazendo uma farofa.  Acresente os ovos um a um,  vá acrescentando o leite aos pouco até desprender das mãos, por último junte o queijo.  Amasse bem e faça bolinhas.  Arrume em assadeira untada com óleo mantendo distância ente um e outro.  Leve para assar um forno pré-aquecido (180º C) por aproximadamente 30 minutos.

RENDIMENTO - 72 unidades
178 kcal por porção de 4 unidades





 retrato 1

a cara sujeitada que está aos ventos, entre cabelos, quer
encenar saídas e brinca com as mechas.  o tempo,
 incorruptível, segue descalcificando as horas e sugerindo
perguntas.


retrato 2

a cara estampada na paisagem decifra entendimentos. sob
todos os aspectos e todos os sulcos que contornam e
demarcam expressões.  a paisagem se apropria da cara e
configura interjeições - não se preocupa com presenças -
pergunta se haverá paisagem de outro modo.  haveria ?  de
tanto sonhar com hipopótamos e áfricas ela diz que não.
corpo todo envolto em lama.


Clotilde Zingali - Oco Hálito páginas 34 e 35


OBS.: PERFEITO PARA OS DIAS DE CHUVA

quinta-feira, 12 de maio de 2011

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES

 
Composição : Geraldo Vandré
 
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer




Biografia


Em 1935, nasce na Paraíba Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, ou simplesmente Geraldo Vandré. Aos 16 anos muda-se para o Rio de Janeiro com a família, onde conhece pessoas ligadas ao meio artístico, como o compositor Valdemar Henrique, Baden Powell e Luís Eça, e sempre interessado por música, tornando-se cada vez mais famoso no ambiente dos festivais.No ano de 1968 a música "Pra Não Dizer que Não Falei de Flores" conquista o segundo lugar no festival da TV Globo, apesar de ser favorita do público, perdendo para "Sabiá" (Chico Buarque/ Tom Jobim). Concluiu a faculdade de Direito, ligando-se a movimentos estudantis de grande repercussão, no entanto, “pendurou” seu diploma em função da sua grande paixão pela música.
Com a promulgação do AI-5(Ato Institucional nº 05) e o acirramento da ditadura, foi exilado, e morou no Chile, França, Argélia, Alemanha,
Austria, Grécia e Bulgária nos 4(quatro) anos que ficou fora do Brasil. Vandré tornou-se uma espécie de "mito" da resistência à ditadura, por ter ficado sem fazer shows no Brasil desde 1968. Apresentou-se no Paraguai em 1982 e 1985, rompendo mais de uma década de silêncio.
Durante a década de 1960, delinearam-se na música popular brasileira três grandes tendências: a primeira era composta por artistas que herdaram a experiência da Bossa Nova (ou seus próprios representantes), e compunham uma música que possuía relações com o samba e o jazz (grupo no qual pode-se inserir a figura de Chico Buarque); um segundo grupo reunido sob o título "Canção de Protesto", que em geral estava pouco interessado em discutir a música propriamente dita mas fazer da canção um instrumento de crítica política e social (neste grupo destaca-se a figura de Geraldo Vandré); e finalmente havia um terceiro grupo, especialmente dedicado a promover experimentações e inovações estéticas na música formado justamente pelos artistas tropicalistas.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

COMUNICADO

PRIMEIRO DIA DE PARALISAÇÃO


Segundo a polícia militar aproximadamente 4.500 servidores públicos se fizeram presentes hoje em frente à Prefeitura, índice esse que nos aproxima de 50% de insatisfeitos, batalhando juntos por melhorias para todos, inclusive para aqueles que por um motivo ou outro não puderam estar conosco.


Os professores do Oswaldo Cabral são os que estão

na parte de cima, na grama.

Após uma manifestação em frente à Prefeitura, seguimos em passeata pelas ruas Princesa Izabel, Blumenau, 9 de Março e Praça da Bandeira.

Na tarde de hoje  passamos em grupos por diversas unidades do município. Amanhã, nos dirigiremos à Câmara de Vereadores, às 15 horas, para acompanhar a Comissão de Legislação, Justiça e Redação que discute o projeto que substitui a cesta básica pelo vale alimentação.

Aguardem novidades.


domingo, 8 de maio de 2011

MANEIRAS DE ESCREVER ERRADO


 

1 - Elo de ligação
2 - Acabamento final

3 - Certeza absoluta
4 - Número exato
5 - Quantia exata
6 - Sugiro, conjecturalmente
7 - Nos dias 8, 9 e 10 inclusive
8 - Como prêmio extra
9 - Juntamente com
10 - Em caráter esporádico
11 - Expressamente proibido
12 - Terminantemente proibido
13 - Em duas metades iguais
14 - Destaque excepcional
15 - Sintomas indicativos
16 - Há anos atrás
17 - Vereador da cidade
18 - Relações bilaterais entre dois países
19 - Outra alternativa
20 - Detalhes minuciosos
21 - A razão é porque
22 - Interromper de uma vez
23 - Anexo(a) junto a carta
24 - De sua livre escolha
25 - Superávit positivo
26 - Vandalismo criminoso
27 - Todos foram unânimes
28 - A seu critério pessoal
29 - Palavra de honra
30 - Conviver junto
31 - Exultar de alegria
32 - Encarar de frente
33 - Comprovadamente certo
34 - Fato real
35 - Multidão de pessoas
36 - Amanhecer o dia
37 - Criação nova
38 - Retornar de novo
39 - Frequentar constantemente
40 - Empréstimo temporário
41 - Compartilhar conosco
42 - Surpresa inesperada
43 - Completamente vazio
44 - Colocar algo em seu respectivo lugar
45 - Escolha  opcional
46 - Continua a permanecer
47 - Passatempo passageiro
48 - Atrás da retaguarda
49 - Planejar antecipadamente
50 - Repetir outra vez
51 - Sentido significativo
52 - Voltar atrás
53 - Abertura inaugural
54 - Pode possivelmente ocorrer
55 - A partir de agora
56 - Última versão definitiva
57 - Obra-prima principal
58 - Gritar/Bradar  bem alto
59 - Propriedade característica
60 - Comparecer em pessoa
61 - Colaborar com uma ajuda/auxílio
62 - Matriz cambiante
63 - Com absoluta correção/exatidão
64 - Demasiadamente excessivo
65 - Individualidade inigualável
66 - A seu critério pessoal
67 - Abusar demais
68 - Exceder em muito
69 - Preconceito intolerante
70 - Medidas extremas de último caso
71 - A nível de... 

Sem listar: subir pra cima; descer pra baixo; entrar pra dentro; sair pra fora etc...
Fonte: http://www.vialittera.blogspot.com/

sexta-feira, 6 de maio de 2011

MILLÔR FERNANDES

SUPERMERCADO MILLÔR
ANO I - N.º 1
(Autobiografia De Mim Mesmo À Maneira De Mim Próprio)




"E lá vou eu de novo, sem freio nem pára-quedas. Saiam da frente, ou debaixo que, se não estou radioativo, muito menos estou radiopassivo. Quando me sentei para escrever vinha tão cheio de idéias que só me saíam gêmeas, as palavras — reco-reco, tatibitate, ronronar, coré-coré, tom-tom, rema-rema, tintim-por-tintim. Fui obrigado a tomar uma pílula anticoncepcional. Agora estou bem, já não dói nada. Quem é que sou eu? Ah, que posso dizer? Como me espanta! Já não fazem Millôres como antigamente! Nasci pequeno e cresci aos poucos. Primeiro me fizeram os meios e, depois, as pontas. Só muito tarde cheguei aos extremos. Cabeça, tronco e membros, eis tudo. E não me revolto. Fiz três revoluções, todas perdidas. A primeira contra Deus, e ele me venceu com um sórdido milagre. A segunda com o destino, e ele me bateu, deixando-me só com seu pior enredo. A terceira contra mim mesmo, e a mim me consumi, e vim parar aqui.”

”... Dou um boi pra não entrar numa briga. Dou uma boiada pra sair dela....Aos quinze (anos) já era famoso em várias partes do mundo, todas elas no Brasil. Venho, em linha reta, de espanhóis e italianos. Dos espanhóis herdei a natural tentação do bravado, que já me levou a procurar colorir a vida com outras cores: céu feito de conhas de metal roxo e abóbora, mar todo vermelho, e mulheres azuis, verdes ciclames. Dos italianos que, tradicionalmente, dão para engraxates ou artistas, eu consegui conciliar as duas qualidades, emprestando um brilho novo ao humor nativo. Posso dizer que todo o País já riu de mim, embora poucos tenham rido do que é meu.”

”Sou um crente, pois creio firmemente na descrença. ...Creio que a terra é chata. Procuro não sê-lo. ...Tudo o que não sei sempre ignorei sozinho. Nunca ninguém me ensinou a pensar, a escrever ou a desenhar, coisa que se percebe facilmente, examinando qualquer dos meus trabalhos.”

”A esta altura da vida, além de descendente e vivo, sou, também, antepassado. É bem verdade que, como Adão e Eva, depois de comerem a maçã, não registraram a idéia, daí em diante qualquer imbecil se achou no direito de fazer o mesmo. Só posso dizer, em abono meu, que ao repetir o Senhor, eu me empreguei a fundo. Em suma: um humorista nato. Muita gente, eu sei, preferiria que eu fosse um humorista morto, mas isso virá a seu tempo. Eles não perdem por esperar.”·

Ainda em 1968 escreve o texto do show “Momento 68”, promovido pela empresa Rhodia, que contou com a participação de Caetano Veloso, Walmor Chagas e Lennie Dale, entre outros.

No ano seguinte, participa do grupo fundador de “O Pasquim”.

Fernanda Montenegro estrela “Computa, computador, computa”, no Teatro Santa Rosa, no Rio, em 1972. Lança o livro “Esta é a verdadeira história do Paraíso” e também “Trinta anos de mim mesmo”, numa sessão de autógrafos denominada “Noite da contra-incultura”.

Em 1975, faz exposição de 25 quadros “em branco, mas com significado”, na Galeria Grafitti, no Rio.

No ano seguinte, escreve para Fernanda Montenegro a peça “É...”, que se tornou o grande sucesso teatral de Millôr ao ser encenada no Teatro Maison de France, no Rio.

Em 1977, realiza nova exposição de seus trabalhos no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Adapta, no ano seguinte, para o formato de musical a peça “Deus lhe pague”, de Joracy Camargo, que contou com Bibi Ferreira na direção e com músicas de Edu Lobo e Vinicius de Moraes. É homenageado pelo 5º Salão de Humor de Piracicaba (SP), mas “exige” que a honraria seja “para todos os humoristas na pessoa de Millôr Fernandes”. Em Brasília, para o Museu da Moeda, localizado no Banco Central do Brasil, produz quatro painéis que contam a
história do dinheiro.

Estréia no Teatro dos Quatro, Rio, a peça “Os órfãos de Jânio”, em 1980.

Publica “Desenhos”, uma compilação de seus trabalhos gráficos, com textos de apresentação de Pietro Maria Bardi e Antônio Houaiss, em 1981.

O ano de 1982 é de muito trabalho. O autor escreve e publica a peça “Duas tábuas e uma paixão”. Traduz a opereta “A viúva alegre”, de Franz Lear, apresentada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Tetê Medina monta “A eterna luta entre o homem e a mulher”, no Teatro Clara Nunes – Rio. Escreve a adaptação de “A chorus line”, encenado por Walter Clark. Estréia “Vidigal: Memórias de um sargento de milícias”. São dele, nessa peça, os cenários, figurinos e letras, musicadas por Carlos Lyra. Com Flávio Rangel, escreve e representa o espetáculo “O gesto, a festa, a mensagem”, na TV Record de São Paulo. Deixa a revista “Veja”.

Em 1983, é homenageado pela Escola de Samba Acadêmicos do Sossego, de Niterói (RJ). Millôr não comparece ao desfile. Passa a colaborar com a revista “Istoé”.

Lança “Poemas”, em 1984. Estréia o musical “O MPB4 e o dr. Çobral vão em busca do mal”.

No ano seguinte, colabora com o Jornal do Brasil. Lança o “Diário da Nova República”. É montada a peça “Flávia, cabeça, tronco e membros” no Teatro Ginástico – Rio.

Passa a usar o computador para escrever e desenhar, em 1986. Escreve, com Geraldo Carneiro e Gilvan Pereira, o roteiro do filme “O judeu”, dirigido por Jom Tob Azulay, baseado na vida de António José da Silva. Rodado em Portugal, só seria concluído em 1995.

”L’anné 82 au Brésil: le regard critique de Millôr Fernandes” (O ano de 82 no Brasil: o olhar crítico de Millôr Fernandes), é o tema de tese de doutoramento de Françoise Duprat na Universidade de Toulouse-Le Mirail II, França, em 1987.

No ano seguinte, lança “The cow went to the swamp / A vaca foi para o brejo”. Na Universidade de São Paulo (USP), Branca Granatic defende, na dissertação de mestrado, “Os recursos humorísticos de Millôr Fernandes”.

Em 1990, nasce seu neto, Gabriel, filho de Ivan.

Deixa a revista “Istoé” e o Jornal do Brasil, em 1992.

No ano de 1994, lança “Millôr definitivo — A bíblia do caos”.

Escreve a peça “Kaos”, Adapta para a Rede Globo “Memórias de um sargento de milícias”. A partir de um argumento de Walter Salles, escreve o roteiro “Últimos diálogos”, em 1995.

Em 1996, passa a colaborar nos jornais “O Dia” (RJ), “O Estado de São Paulo” (SP) e “Correio Braziliense” (DF). Neste último, trabalharia somente até o fim do ano.

Em 1998, em parceria com Geraldo Carneiro e Jom Tob Azulay, assina o roteiro de “Mátria”.

No ano seguinte, começa a adaptar “Os três mosqueteiros”, de Dumas, para o formato de musical, trabalho que não chegou a ser concluído.

Em 2000, escreve o roteiro de “Brasil! Outros 500 — Uma PoopÓpera”, que teve sua estréia no Teatro Municipal de São Paulo. O espetáculo contava com músicas de Toquinho e Paulo César Pinheiro e arranjos de Wagner Tiso. Deixa de colaborar com “O Estado de São Paulo” e “O Dia”. Passa a colaborar com coluna semanal na “Folha de São Paulo”. Lança o site “Millôr On Line” (http://www.millor.com.br) .

No ano seguinte, deixa a “Folha de São Paulo” e volta ao “Jornal do Brasil”.

Em 2002, publica “Crítica da razão impura ou O primado da ignorância”, em que analisa as obras “Brejal dos Guajas e outras histórias”, de José Sarney, e “Dependência e desenvolvimento na América Latina, de Fernando Henrique Cardoso. Deixa de colaborar, em novembro, com o “Jornal do Brasil”.

Em 2003, ilustra “O menino”, volume de contos de João Uchoa Cavalcanti Netto, e faz cem desenhos para uma nova compilação das “Fábulas fabulosas”.

Em 2004, lança pela Editora Record, “Apresentações”.

Em meados de agosto de 2004 é anunciado seu retorno às folhas da revista semanal “Veja”, a partir de setembro daquele ano.

Tempos atrás um jornal publicou que Millôr estava todo cheio de si por ter recebido, em sua casa, uma carta de um leitor com o seguinte endereçamento:

"Millôr
Ipanema"

É a glória!

Textos extraídos de livros do autor, da Internet, do CD "Em busca da Imperfeição", de 1999, produzido pela Neder & Associados e dos “Cadernos de Literatura Brasileira – Instituto Moreira Salles.

POESIA MATEMÁTICA

Millôr Fernandes







Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a, do Ápice à Base,
uma figura impar:
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo octogonal, seios esferóides
Fez da sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical
"Sou a soma do quadrado dos
catetos
Mas pode me chamar de
Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas
sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das
fórmulas euclidianas
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções
newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar,
construir um lar, 
mais que um lar, 
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e
diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma
secante e três cones
muito engraçadinhos
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
Frequentador de círculos
concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma graneza absoluta
e reduziu-a a um denominador
comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um
todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
Tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein
descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.
DESAFIO:  Monte seu grupo e crie você também, utilizando a tecnologia em seu favor, (movie maker, power point ou afins) a representação da Poesia Matemática.

Não esqueça que para realizar a interpretação é preciso ler, pensar, discutir, sonhar, acordar, pesquisar e conhecer,  para enriquecer, lembrar, esquecer, sentir, definir, ver, ouvir e muitas vezes rir... por quê não?

SUCESSO A TODOS E ATÉ BREVE. PROFESSORA ROSILDA

O FIM DO MUNDO

Cecília Meireles

A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha nenhum sentido, ainda; de modo que não me interessava nem o seu começo nem o seu fim. Lembro-me, porém, vagamente, de umas mulheres nervosas que choravam, meio desgrenhadas, e aludiam a um cometa que andava pelo céu, responsável, pelo acontecimento que elas tanto temiam. 


Nada disso se entendia comigo: o mundo era dela, o cometa era para elas: nós crianças, existíamos apenas para brincar com flores da goiabeira e as cores do tapete.


Mas, uma noite, levantaram-me da cama, enrolada num lençol, e, estremunhada, levantaram-me à janela para me apresentarem à força ao temível cometa. Aquilo que até então não me interessava nada, que nem vencia a preguiça dos meus olhos pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era um pavão branco, pousado no ar, por cima dos telhados?  Era uma noiva, que caminhava pela noite, sozinha, ao encontro da sua festa? Gostei muito do cometa. Devia sempre haver um cometa no céu, como a lua, o sol, estrelas. Por que as pessoas andavam tão apavoradas? A mim não me causava medo nenhum.



Ora, o cometa desapareceu, aqueles que choravam enxugaram os olhos, o mundo não se acabou, talvez eu tenha ficado um pouco triste - mas que importância tem a tristeza  das crianças?


Passou-se muito tempo. Aprendi muitas coisas, entre as quais o suposto sentido do mundo.
Não duvido de que o mundo tenha sentido. Deve ter mesmo muitos, inúmeros, pois em redor de mim as pessoas mais ilustres e sabedoras fazem cada coisa que bem se vê haver um sentido do mundo peculiar a cada um.


Dizem que o mundo termina em fevereiro próximo. Ninguém fala em cometa, e é pena, porque eu gostaria de tornar a ver um cometa, para verificar se a lembrança que conservo dessa imagem do céu é verdadeira ou inventada pelo sono dos meus olhos naquela noite já muito antiga.


O mundo vai acabar, e certamente saberemos qual será o verdadeiro sentido. Se valeu a pena que uns trabalhassem tanto e outros tão pouco. Por que fomos tão sinceros ou tão hipócritas, tão falsos e tão leais? Por que pensamos tanto em nós mesmos ou só nos outros?
Por que fizemos votos de pobreza ou assaltamos os cofres públicos - além dos particulares?
Por que mentimos tanto, com palavras tão judiciosas? Tudo isso saberemos e muito mais do que cabe enumerar numa crônica.


Se o fim do mundo for mesmo em fevereiro, convém pensarmos desde já  se ultilizamos este dom de viver na maneira mais digna.


Em muitos pontos da terra há pessoas, neste momento, pedindo a Deus - dono de todos os mundos - que trate com benignidade as criaturas que se preparam para encerrar a sua carreira mortal. Há mesmo alguns místicos - segundo leio - que na Índia, lançam flores ao fogo, num rito de adoração.


Enquanto isso, os planetas assumem os lugares que lhe competem, na ordem do universo, neste universo de enigmas a que estamos ligados e no qual por vezes nos arrogamos posições que não temos - insignificantes que somos, na tremenda grandiosidade total.

Ainda há uns dias a reflexão e o arrependimento: por que nao ultilizamos? Se o fim do mundo não for em fevereiro, todos teremos fim, em qualquer mês...

 Texto extraído do livro '' Quatro vozes", Distribuidora Record de Serviços de Imprensa - Rio de Janeiro, 1998, pág.73

quinta-feira, 5 de maio de 2011

TESTE SEU CONHECIMENTO

Para quem gosta de ler ( ou já leu bastante ) , é uma distração e tanto !!!

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